22/11/2019 09h52min - Geral
5 anos atrás

Alta do boi chega a cidade e custo da carne já subiu mais de 10% na Capital

Alta do boi

Campo Grande News ► Alta do boi chega a cidade

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News


As donas de casa já notaram que esta semana os preços da carne bovina nos açougues estão mais salgados. O aumento pode superar os 10% em média nos cortes mais comuns como o patinho, nos açougues da Capital. Um dos motivos para a escalada de preços é a megavalorização da arroba bovina que hoje no Estado já beira os R$ 200 por arroba, segundo dados da Famasul. Hoje, segundo dados da Famasul, a novilha está cotada próximo de R$ 190 a arroba. O avanço nos preços é reflexo da estiagem no Estado, a recuperação da economia e o incremento expressivo das exportações. Os efeitos da alta no boi do campo já ultrapassam as barreiras da cidade e chegam aos restaurantes. Quem atua no ramo de gastronomia e utiliza carne bovina no cardápio também já começou a sentir a variação dos preços e a redução da oferta. A Abrasel MS - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul está acompanhando essa variação dos preços. "Os proprietários de bares, restaurantes e hamburguerias já sentiram um aumento considerável no preço da carne e vinham tentando absorver essa alta, mas chegaram no seu limite e não têm outra alternativa, a não ser repassar parte para os preços oferecidos aos clientes", pontuou Juliano Wertheimer, presidente da entidade. Um dos motivos, é que desde o fim de 2018, a China enfrenta queda da produção de suínos devido a uma grave crise sanitária na suinocultura, o que a obrigou a elevar as compras externas e a procura de outras proteínas, como a bovina. O Brasil, o principal exportador mundial de carne bovina e de frango, foi beneficiado por essa demanda chinesa, afetando diretamente o mercado interno. De acordo com Eduardo Fornari, proprietário do Vermelho Grill, fatores como a peste suína na China, a abertura do mercado para aquele País, com novas plantas homologadas, além do final da safra, com poucas chuvas, afetaram diretamente os preços da carne. “A tendência é subir um pouco mais e só será normalizado quando as chuvas mais intensas chegarem e os produtores tiverem mais animais para oferecer”, informou Fornari. Segundo o Diretor da Famasul, Frederico Stella, em entrevista ao Notícias Agrícolas são os pequenos frigoríficos que estão pagando esses atuais patamares de preços. “Os preços balcão para os grandes frigoríficos estão ofertando R$ 190,00/@, por enquanto, mas vão tem que pagar os atuais valores em algum momento”, afirma. Neste momento, os pecuaristas precisam fazer contas para ter uma boa rentabilidade já que a velocidade das valorizações pode reduzir. “Quem estava esperando a alta vai vender e pode ser que os frigoríficos completem as escalas de abate para as próximas semanas e dê uma segurada neste aumento que estávamos observando”, comenta. Com relação ao consumo, a liderança salienta que a demanda do mercado interno está aquecida. “Não está sobrando carne e os frigoríficos não estão conseguindo fazer estoques. O consumidor está pagando por preços mais caros e o excedente não está ficando no mercado interno”, conta a liderança. O MS elevou em 40%as exportações de carne, nos 10 primeiros meses do ano em relação ao ano passado. “Fechamos em 149 mil toneladas exportadas até outubro deste ano. No ano anterior, o volume embarcado ficou próximo de 106 mil toneladas”, relata. A expectativa é que o estado alcance um total exportado de 200 mil toneladas, já que nos dois últimos meses do ano as exportações costumam a aumentar. “Para contrabalancear os problemas do Chile e de Hong Kong, temos a abertura de mercado para a China e Emirado Árabes que acrescentaram mais de 300% as compras em nosso estado”, aponta.