10/04/2014 15h01min - Polícia
11 anos atrás

Após afogamento indigenas acusam funerária de retirada de órgãos

suspeitas

AGazeta News ► Indigena no local da tragédia e acusações contra uma funerária

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: A Gazeta News


Barranco cede e duas crianças morrem afogadas Familiares acusam suposto descaso com os corpos Na tarde da terça-feira, duas crianças indígenas moradoras na aldeia Amambai, morreram afogadas. Elas foram vítimas da queda de um barranco, que as soterraram e acabou as asfixiando em uma lagoa localizada as margens da rodovia que liga Amambai a Ponta Porã. A reportagem do Grupo A Gazeta esteve no local do acidente a fim de esclarecer alguns fatos que surgiram após um dos familiares das crianças ter relatado durante um programa em uma emissora de rádio, que “os corpos das crianças foram abertos e tiveram seus órgãos retirados e seus interiores recheados com papéis e estopas de pano”. Essa situação veio a tona devido a autópsia realizada nos corpos no Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Porã, feito que irritou os familiares das crianças guarani-kaiowá. O indígena Giovane Benites de 19 anos, irmão de uma das vítimas, a menina de 11 e primo do menino de 5 anos, mortos no soterramento, relatou que as vítimas e outra criança que estava no local e conseguiu escapar com vida, teriam saído de casa para tomar banho na lagoa, que fica cerca de 200 metros da casa da família. Logo em seguida, começou uma forte chuva, o que obrigou as crianças a se esconderem em baixo do barranco que desmoronou, com a intensidade da chuva, a parte de cima do morro cedeu e caiu sobre elas e esmagou as crianças. A criança que sobreviveu correu para buscar ajuda, mas Giovane não conseguiu remover o pedaço de terra sobre os menores, que acabara morrendo. Uma empresa funerária de Amambai esteve no local para buscar os corpos e se dirigiu até o Hospital Regional, onde recebeu a ordem para levar as vítimas até o Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Porã para que fossem realizado e exame necroscópico, feito que ocorre regularmente em caso de morte à esclarecer, ou seja, por causas não naturais. Segundo a empresa funerária os corpos foram conduzidos de forma normal até o IML para a realização dos procedimentos cabíveis e por volta das 13h40 e na madrugada dessa quarta-feira, dia 9, as crianças foram levadas de volta para a aldeia. Segundo relatos de representantes da empresa ao chegar no local, um dos funcionários da funerária teria sido repreendido pelos familiares das vitimas e questionado a origem de uma fita adesiva que estaria colada em todo o tórax da menina, pressupondo que os órgãos teriam sido retirados. Com isso, o funcionário acuado com a situação, fugiu do local deixando para trás o carro da empresa e todos os equipamentos. A reportagem do A Gazeta entrou em contato com a funerária para entender a situação. O proprietário da empresa funerária que transportou os corpos relatou que “os familiares das crianças, assim como muitos outros indígenas, não aceitam que os corpos tivessem sido abertos para que o procedimento de autópsia fosse realizado, mas é assim que acontece em todos os casos”, relatou o dono da funerária. Em contato via telefone, o auxiliar do médico que realizou, junto com o médico legista, o procedimento no IML relatou a reportagem que “esses procedimentos são completamente normais. Tudo que foi feito com essas crianças é feito em qualquer outra situação. Não existe essa situação dos órgãos terem sido extraídos e recebido outro destino. Tudo é examinado e recolocado no lugar e costurado, procedimento padrão”, comentou o auxiliar. O Grupo A Gazeta de Comunicações vai permanecer acompanhando o desfecho do caso. TAGS: barranco rio crianças afogamento afogadas Agazetanews