21/11/2016 13h49min - Geral
8 anos atrás

Brasil perde 4 mil empresas de alto crescimento em 3 anos, diz IBGE

Número de empresas que elevam equipe acima de 20% ao ano caiu 11,4%.

EdvaldodeSouza  ► Brasil perde 4 mil empresas de alto crescimento em 3 anos

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O número de empresas que crescem amparadas em grandes contratações tem diminuído no país. É o que aponta o estudo divulgado nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A situação é observada pelo movimento das chamadas Empresas de Alto Crescimento (EACs) - aquelas que aumentam em pelo menos 20% ao ano o número de empregados, por três anos consecutivos, e que tinham dez ou mais pessoas ocupadas no ano inicial de observação. De acordo com o IBGE, de 2012 a 2014 diminuiu em aproximadamente 11,4% o número de EACs no país, passando de 35,2 mil para 31,2 mil. Em 2013 a queda foi de 5,11% em relação ao ano anterior, com 33,3 mil empresas na condição de EAC. O percentual de EACs em relação ao total de empresas ativas no Brasil também diminuiu no período em 0,1 ponto percentual. Em 2012 elas representavam 0,8% do total de empresas ativas, 1,5% das empresas com uma ou mais pessoas ocupadas e 7,6% das empresas com dez ou mais pessoas ocupadas. Em 2013, os mesmos índices caíram, respectivamente, para 0,7%, 1,4% e 7%, chegando em 2014 com 0,7%, 1,3% e 6,4%. Embora o em termos absolutos o maior número de EACs em 2014 estivesse concentrado no setor de serviços, com 9.931 empresas, o setor de construção foi o que apresentou o maior número (9,6%) de EACs no total de empresas ativas com dez ou mais pessoas ocupadas. Por atividade econômica, as três principais seções com EACs foram comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (26,5%); indústrias de transformação (20,5%) e construção (12,2%). Números do empreendedorismo Segundo a gerente de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, o indicador de empreendedorismo com base no número de pessoas ocupadas assalariadas foi estabelecido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a fim de permitir mensurar os dados em nível internacional. “Eles [a OCDE] consideram que uma empresa que cresça, em média, 20% em termos de pessoas ocupadas durante três anos, seria uma proxy do empreendedorismo, seria uma empresa dinâmica. A leitura [do empreendedorismo] é muito mais pelo dinamismo”, explicou Isabella Nunes. A pesquisadora ponderou que este conceito da OCDE é “questionável” pois, segundo ela, empresas de tecnologia, por exemplo, não apresentam crescimento considerável no número de contratações, mas crescem muito em termos de valor adicionado. Ela ressalvou, porém, que internacionalmente a comparação é em termos de pessoal ocupado, porque é difícil comparar com base no valor adicionado em função de variáveis como inflação, valor de moeda, entre outros. Assim, considerando a queda no número de EACs no Brasil, Isabella Nunes aponta que o empreendedorismo perdeu fôlego no país. "Como elas [as EACs] são um filtro extremamente sensível na economia, você tem menos empresas que atendem a essa condição dado o menor ritmo de atividade, que perdeu fôlego”, destacou. G1