19/08/2016 09h02min - Polícia
8 anos atrás

Defesa pede soltura de fazendeiros investigados em morte de índio

Ruralistas se disseram surpresos com prisão

ClaytonNeves ► Defesa pede soltura de fazendeiros investigados em morte de índio

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Midiamax News


A defesa dos proprietários rurais Virgilio Mettifogo, Jesus Camacho e Eduardo Tominaga, presos nesta quinta-feira (18) a pedido do MPF (Ministério Público Federal) entrou com pedido de revogação das prisões do trio e, em último caso, vai entrar com pedido de habeas corpus. As prisões preventivas dos fazendeiros de Caarapó, distante 243 quilômetros de Campo Grande são decorrentes da investigação sobre a morte do indígena da etnia Guarani-Kaiowá Cloudione Rodrigues Souza, de 26 anos, em junho deste ano. O advogado Felipe Cazuo Azuma, que faz a defesa do trio, classificou a detenção dos ruralistas como “desnecessária” e “descabida”, já que segundo ele, seus clientes sempre cooperaram com as investigações. “Eles foram ouvidos pela Polícia Federal e nunca deixaram de comparecer quando solicitados pela justiça, não tinha motivo para prendê-los”, afirma. De acordo com Azuma, Virgilio, Jesus e Eduardo ficaram surpresos com a determinação do MPF e alegam inocência. “Eles estão surpresos com essa prisão estavam cooperando em tudo o que era solicitado, além disso, reafirmam que não tiveram nenhuma prática homicida”, revela. O prazo médio para que a resposta sobre o pedido de revogação da prisão seja dado é de três a quatro dias, contudo o advogado lembra que nesta sexta-feira (19) audiência de custódia com os fazendeiros está agendada e na ocasião, o pedido de liberdade será reiterado. Os mandados foram cumpridos por agentes da Polícia Federal (PF) em Dourados, Campo Grande, Caarapó e Laguna Caarapã, que também realizaram buscas e apreensões. De acordo com as investigações do MPF, os fazendeiros teriam envolvimento direto com o ataque e podem incorrer nos crimes de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado. Para o MPF, os fazendeiros teriam envolvimento direto com o ataque e podem incorrer nos crimes de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado. Conflito Cloudione era agente de saúde indígena e foi morto a tiros. Além dele, ficaram feridos no conflito um menino indígena de 12 anos, que foi atingido com um tiro na barriga; Jesus de Souza, de 29 anos; Libesio Marques Daniel, de 43 anos; Valdilio Garcia, de 26 anos; Norivaldo Mendes, de 37 anos. No confronto, três policiais militares que foram até o local para ajudar os bombeiros no socorro às vítimas, também ficaram machucados. Eles tiveram as armas 'apreendidas' pelos indígenas que só devolveram no dia seguinte. Antes do confronto, cerca de 600 indígenas da etnia Guarani-Kaiowá ocupando a Fazenda Yvu, que é reivindicada como parte território Tey’i Juçu. A comunidade indígenas afirma que a área foi desapropriada pelo antigo SPI (Serviço de Proteção ao Índio) e já foi reconhecida como terra indígena. Segundo o site do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), o Relatório de Identificação e Demarcação do local foi finalizado em 2015, tendo sido iniciado em 2008, e está em condições de publicação, dependendo da ação da Funai (Fundação Nacional do Índio). Midiamax