23/03/2017 13h47min - Geral
8 anos atrás

Em retaliação a países, pecuaristas querem apoio de políticos para barrar importação


Gerson Oliveira ► Carne brasileira deixou de ser comprada por vários países

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Em resposta às medidas de vários países que suspenderam a importação da carne brasileira depois da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, pecuaristas de Campo Grande querem apoio da classe política para enviar proposta ao Governo Federal de também impedir a entrada de alguns produtos importados no Brasil. A ideia seria “responder na mesma moeda” começando por países mais próximos como o Chile. Presidente da Frente Nacional da Pecuária e produtor rural do Estado, Chico Maia está na Câmara da Capital, nesta manhã, para convencer vereadores de que documento com propostas para sanar o problema da suspensão da compra da carne brasileira precisa ser encaminhado ao Governo Federal. Maia ressalta que o abate de boi gordo está suspenso no Estado e que muitos pecuaristas estão com animais prontos para embarcarem para frigoríficos, mas que em razão da suspensão da exportação, todo o processo está parado. "Pode já haver um impacto ao produtor e toda cadeia, uma vez que a programação de novos abates está suspensa”. Em relação ao envio de documento para o Governo Federal, endereçado ao presidente Michel Temer (PMDB) e ao Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, Chico Maia explica que a medida de “agir com reciprocidade” seria uma maneira de pressionar países a voltar a importar carne brasileira, tendo em vista que problemas apontados na operação da PF foram pontuais. Essa retaliação, na visão de Maia, começaria pelo Chile, país que já suspendeu compra da carne brasileira. A proposta é que o Brasil deixe de comprar salmão, vinhos e frutas chilenas. “Começaria pelo Chile pela proximidade, mas estenderia para outros países”, afirma Maia. Essa retaliação já foi até cogitada pelo ministro Maggi, no início da semana, mas até agora o assunto não foi levado para frente no Governo em razão da suspensão da importação por parte do Chile ser temporária. Depois de apresentar a ideia para os vereadores, o pecuarista pode fazer a mesma mobilização na Assembleia, se tiver convite dos deputados. REFLEXOS Há expectativa de que a suspensão das importações impacte o preço da carne ao pecuarista e em consequência ao consumidor. Com mais oferta e menos demanda do mercado, o temor é que o valor da arroba do boi caia. “O preço de compra pode ser ruim para o produtor”. Com o preço mais baixo para o pecuarista, o valor das carnes também poderia baixar nos supermercados. Maia também afirma que mesmo que a suspensão de compra brasileira seja encerrada por países estrangeiros, há risco de prejuízos ao país porque pode haver renegociação do valor já acertado. Levantamento do Ministério da Agricultura revela que a média de exportações de carne do Brasil caiu de 63 milhões de dólares para 74 mil dólares por dia. Dos 21 frigoríficos investigados pela Polícia Federal, a prioridade é liberar seis deles que tinham liberado carne para exportação nos últimos dois meses. Os três frigoríficos interditados no Paraná, Santa Catarina e Goiás continuam fechados. CorreiodoEstado