23/02/2016 14h00min - Geral
9 anos atrás

Exame que detecta zika chega a MS, mas é insuficiente para acabar com 'fila'

200 exames devem ter o resultado divulgado nas próximas semanas,

NataliaYahn ► A farmacêutica bioquímica do Lacen, Gislene Lichs, mostra como é feito o exame que detecta o zika vírus.

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News


Mato Grosso do Sul começa a divulgar nesta terça-feira (23) os primeiros resultados de exames que detectam zika vírus – até então, os procedimentos eram feitos fora do Estado. Porém, o número de testes enviados pelo Ministério da Saúde é insuficiente para atender a "fila" de pessoas que apresentam os sintomas da doença. O Lacen terá capacidade para fazer 300 exames nesta primeira leva, mas apenas 200 devem ter o resultado divulgado nas próximas semanas, enquanto o número de amostras aguardando análise chega a 800. “Vamos fazer o teste duplicado, para confirmar o resultado e ver se é divergente ou não. É uma orientação do próprio Ministério da Saúde”, explicou o diretor do laboratório, Luiz Henrique Ferraz Demarchi. Os testes começaram a ser feitos pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), ligado à SES (Secretaria de Estado de Saúde), em Campo Grande no sábado (20), quando chegaram os kits de insumos enviados pelo Ministério da Saúde. A previsão é de que os exames fiquem prontos em cinco dias, enquanto atualmente a espera para confirmar zika pode chegar a dois meses. Entre 700 e 800 amostras de pacientes do Estado estão na “fila” para serem enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde até agora era feito o exame que confirma zika. O problema é que o Ministério autoriza apenas o envio de 20 amostras por semana, e por isso é dada prioridade para mulheres grávidas com sintomas da doença e recém-nascidos com suspeita de microcefalia. Mesmo com os exames realizados a partir de hoje pelo Lacen, a prioridade vai continuar a ser obedecida. Com isso, a “fila” pode continuar, pois a previsão do laboratório é de liberar apenas 60 exames por semana. Além dos exames de zika, o Lacen também deverá ser habilitado para realizar os testes de chikungunya, a partir da próxima semana. Duas farmacêuticas bioquímicas do Lacen foram capacitadas no Instituto Evandro Chagas, em Ananindeua (PA), para realizarem os testes de zika e chikungunya, em Mato Grosso do Sul. “A previsão é de que até a próxima semana comece a ser feito no Lacen o exame de chikungunya. Aí vamos ter tudo feito aqui, e muito mais rápido”, explicou a farmacêutica bioquímica, que foi treinada para realizar os testes, Gislene Lichs. Até ontem (22) os materiais coletados para casos suspeitos de zika vírus na rede pública do Estado eram encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP). Os de chikungunya ainda são enviados para o Instituto Evandro Chagas. Também no sábado (20), o Lacen recebeu insumos para fazer 1 mil exames que detectam dengue. CampoGrandeNews