08/12/2016 09h04min - Esporte
8 anos atrás

Grêmio segura Atlético, destrói jejum e vira maior campeão

Tricolor gaúcho superou um trauma de sua torcida

WesleySantos ► Time comemorou vitória

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O Grêmio, enfim, voltou a transcender as fronteiras do Rio Grande do Sul. Na noite dessa quarta-feira, em Porto Alegre, o Tricolor gaúcho superou um trauma de sua torcida, que não comemorava um título de expressão nacional há 15 anos, ao empatar em 1 a 1 com o Atlético-MG e conquistar a Copa do Brasil pela quinta vez em sua história. O técnico Renato Portaluppi cumpriu sua palavra e não deixou o título escapar para o Galo, a quem seus comandados superaram na primeira final, em pleno Mineirão, por 3 a 1. A partida frente à agremiação de Belo Horizonte foi a primeira do futebol brasileiro após o fatídico acidente aéreo que vitimou 19 jogadores da Chapecoense, homenageada antes e durante o duelo. Prontos para o que der e vier, os gaúchos tiveram o tradicional espírito copeiro e administraram a vantagem para garantir a taça. Com o resultado, o Grêmio até a pé irá disputar a Copa Libertadores da América de 2017. O atacante Miller Bolaños soube seu nome elevar para fazer o gol que confirmou o título que não acontecia desde 2001, quando Tite era o treinador de uma equipe que tinha em Marcelinho Paraíba e Zinho seus grandes destaques. O também equatoriano Juan Cazares empatou no fim, mas não foi o suficiente para evitar a festa gremista. O imortal tricolor fatura o maior mata-mata nacional com x vitórias, x empates e apenas uma derrota. Tal campanha, no entanto, poderia não ter acontecido se não fosse a chegada de Renato Gaúcho, que estreou em sua terceira passagem pelo clube porto-alegrense com uma emocionante vitória nos pênaltis sobre o Atlético-PR nas oitavas de final. Sem o peso de um jejum de 15 anos nas costas, o Grêmio se despede do histórico ano de 2016 no próximo domingo, quando recebe o Botafogo, às 17 horas (de Brasília), pela 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro. O Atlético-MG, também classificado à próxima edição da Libertadores, já entra de férias, uma vez que se recusou a enfrentar a Chapecoense em função da tragédia que envolveu a equipe catarinense. Galo domina, mas Tricolor tem a melhor chance Com o Grêmio onde o Grêmio estiver, 55.337 mil torcedores lotaram a Arena – que teve recorde de público – para empurrar o Tricolor rumo ao pentacampeonato. Mas foi o Atlético quem teve a primeira chance de gol. Aos três minutos, Fábio Santos fez bom cruzamento na esquerda, Júnior Urso subiu mais alto do que a zaga gaúcho e testou por cima, com perigo. Jogando com o regulamento debaixo do braço, o Tricolor começou acuado, mas permitindo a aproximação do Galo em sua área. Tanto que Lucas Pratto e Luan arriscaram de longe e assustaram o goleiro Marcelo Grohe ainda antes dos primeiros 15 minutos. Ciente do perigo de jogar à espera do adversário, o Grêmio adiantou suas linhas e ensaiou certa pressão. No entanto, o time de Belo Horizonte continuou perigoso. Aos 29, Fábio Santos novamente apareceu bem pela esquerda e cruzou na área. Robinho venceu a marcação e cabeceou à direita da meta gaúcha, próximo à trave. Apesar de ter adotado um esquema mais cauteloso, o Tricolor gaúcho foi o dono da melhor oportunidade de abrir o placar no primeiro tempo. Aos 40 minutos, Douglas dominou no meio, ajeitou a bola e deu um lindo toque de calcanhar, deixando Everton na cara de Victor. O atacante, porém, bateu fraco e o arqueiro caiu bem para fazer a defesa, garantindo o empate sem gols antes do intervalo. Precisando fazer gols para seguir sonhando com o título, o Galo voltou diferente: saiu o volante Júnior Urso para a entrada do meia Maicosuel. De fato, os mineiros ocuparam o campo de defesa gremista, mas sem organização tática e diante da retranca gaúcha não conseguiram ameaçar o gol de Grohe nos primeiros minutos da etapa final. Bem postado e sem pressa, o Grêmio começou a fazer o tempo passar, procurando tocar mais a bola. Diante de um cenário complicado, o técnico interino do Atlético-MG, Diogo Giacomini, mandou o atacante Juan Cazares a campo, tirando outro volante, Leandro Donizete. Também colocou Lucas Cândido no lugar do cansado Luan. As mudanças, no entanto, não surtiram efeito e o Grêmio manteve-se confortável com sua vantagem. Os comandados de Renato Gaúcho não tiveram vergonha de dar chutões e carrinhos no aguardo do apito final do árbitro Luiz Flávio de Oliveira. Mas até lá o destino ainda reservaria uma surpresa agradável ao copeiro Grêmio. Aos 43, em contra-ataque puxado por Luan, Everton fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro para o meio da área. A bola sobrou para Miller Bolaños, que havia acabado de entrar, só ter o trabalho de empurrar para as redes. Três minutos depois, o compatriota de Bolaños, Cazares, marcou um gol histórico na Arena do Grêmio. O atacante viu Grohe adiantado e arriscou de trás do meio de campo. A tentativa deu certo, porque a bola encobriu o arqueiro gremista e morreu no fundo do gol, empatando o confronto. Mesmo com o golaço de Cazares, o Grêmio não se abalou, segurou a bola nos minutos finais até que o árbitro apontasse o centro do campo e decretasse o título para os gaúchos. Um princípio de confusão entre os jogadores não estragou a festa do imortal Tricolor. CorreiodoEstado