12/05/2017 08h33min - Geral
8 anos atrás

André Puccinelli pode ir para cadeia se não pagar fiança de R$ 1 milhão em dois dias


Bruno Henrique ► Puccinelli deverá usar tornozeleira eletrônica.

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, pode ter a prisão preventiva decretada se não pagar fiança de R$ 1 milhão, arbitrada pela Justiça Federal, no prazo de dois dias úteis. Advogado de Puccinelli, Renê Siufi, adiantou que ele não tem condições de arcar com o pagamento porque teve os bens bloqueados. No ano passado, a Justiça Federal determinou o bloqueio no valor de até R$ 43 milhões do líder do PMDB no Estado. O bloqueio está ligado à investigação da Lama Asfáltica. Puccinelli foi conduzido coercitivamente para a Superintendência da Polícia Federal de Campo Grande, durante a 4ª fase da Operação Lama Asfáltica. Depois, seguindo determinação judicial, ele foi encaminhado para colocação de tornozeleira eletrônica na Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), em Campo Grande. Essas medidas foram determinadas pela juíza federal substituta Monique Marchioli Leite, da 3ª Vara Federal da Capital. A magistrada indeferiu pedido de prisão preventiva do ex-governador solicitado pela Polícia Federal, mas determinou aplicação de algumas medidas cautelares. Além do uso da tornozeleira e pagamento de fiança, Puccinelli não pode se ausentar da cidade por mais de 10 dias sem autorização judicial, deve se recolher em casa a partir das 21h, não pode estabelecer contato com os demais investigados na operação e deve comparecer em juízo mensalmente para justificar as suas atividades. Se deixar de cumprir quaisquer destas condições, poderá ser decretada a prisão preventiva. OPERAÇÃO Na ação de hoje foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra o ex-secretário adjunto de Fazenda da gestão de Puccinelli, André Luiz Cance; o dono da Gráfica Alvorada, Mirched Jafar Júnior; e o servidor Jodascil da Silva Lopes. Além de Puccinelli, também foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento na Polícia Federal o seu filho, André Puccinelli Júnior; a ex-esposa de André Cance - Ana Cristina Pereira da Silva; Mauro Cavalli, pecuarista que atuou na Secretaria Estadual de Meio Ambiente; e sua esposa, Maria Rogéria Fernandes Cavalli. Bem como Rudel Sanches Silva, Rossana Paroschi Jafar e Maria Aparecida Gonçalves Lopes. MÁQUINAS DE LAMA Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal deflagram hoje a quarta fase da Operação Lama Asfáltica - Máquinas de Lama. Objetivo da ação policial é desarticular organização criminosa que desviou recursos públicos com direcionamento de licitações, superfaturamento de obras, aquisição falsas ou ilícita de produtos e corrupção de servidores. A estimativa é de que o prejuízo causado aos cofres públicos seja de aproximadamente R$ 150 milhões. Ao todo, são cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove mandados de condução coercitiva, 32 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas. A ação conta com participação de 270 agentes, entre policiais, servidores da CGU e da Receita Federal e ocorre nas cidades de Campo Grande (MS), Nioaque (MS), Porto Murtinho (MS), Três Lagoas (MS), São Paulo (SP) e Curitiba (PR). Esta nova fase da investigação resulta da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores. De acordo com a polícia, são evidentes as provas de desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos falsos que justificavam a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos. Os valores repassados a título de propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. As investigações demonstraram ainda que estas negociações eram, em sua maioria, falsas e simulavam origem lícita aos recursos, razão pelo qual a operação recebeu o nome de Máquinas de Lama. Investigações também apontaram novas motivações para o pagamento de propinas aos servidores e tentativa de lavagem de dinheiro, bem como a obtenção de benefícios e isenções fiscais. CorreiodoEstado