16/06/2016 13h54min - Geral
9 anos atrás

Bombeiros negociaram libertação de PMs reféns em confronto VEJA O VÍDEO

Na terça-feira, três policiais foram feitos reféns pelos índios

Divulgação ► Policial foi feito refém com outros dois colegas

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Midiamax News


Na terça-feira (14), quando o confronto entre indígenas e produtores rurais de Caarapó se intensificou depois da morte de Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, 26 anos e agente de saúde da aldeia, militares do Corpo de Bombeiros foram responsáveis por fazer papel de negociadores para que três policiais militares que haviam sido feitos de reféns pelos índios fossem libertados. Comandante da corporação, o coronel Esli Ricardo de Lima disse hoje ao Portal Correio do Estado que o laço criado entre os militares e as lideranças indígenas, há algumas semanas durante treinamento feito com os índios, ajudou durante a negociação. Dias antes do confronto, o batalhão dos Bombeiros que fica em Caarapó fez um curso de uma semana com os índios. O objetivo era ensinar os indígenas a como lidar em caso que primeiros socorros fossem necessários. Técnicas de imobilização, por exemplo, fizeram parte do treinamento. “O ambiente sempre foi muito agradável, criamos um laço com essas lideranças”, diz o comandante. Na manhã da terça-feira, quando o confronto se acirrou e seis indígenas foram baleados, as duas viaturas dos bombeiros foram chamadas pelos próprios índios para socorrer as vítimas. Clodiode acabou falecendo ainda na área de ocupação. Depois que os cinco índios feridos foram socorridos, os três policiais militares foram feitos reféns e acabaram sendo amarrados pelos indígenas. “Nós voltamos para a área e começamos a negociação. Conseguimos liberar os policiais de uma barreira e corremos para que eles não fossem pegos de novo. Escondemos os militares na viatura para poder passar, para salvar a vida dessas pessoas, corremos os riscos”, conta Esli, que ressalta o fato dos policiais estarem com os corpos cobertos de gasolina. A correria da operação fez com que as duas viaturas dos Bombeiros estragassem. Um outro veículo reserva já foi enviado pelo Governo do Estado para a cidade. Veja relato de militares que participaram da operação na área de conflito: CONFRONTO Hoje a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) se manifestou sobre o conflito. A instituição repudiu violência contra índios e não índios. “A tensão na região sul do estado é crescente e atravessa décadas sem solução. A Seccional reafirma seu compromisso em defesa dos direitos humanos, da igualdade e do Estado Democrático de Direito e condena os últimos acontecimentos que resultaram na morte de um indígena e na agressão contra policiais”. Chegaram por volta das 22 horas de ontem (15), em Caarapó, homens da Força Nacional e reforço de agentes da Polícia Federal. A expectativa é que o aparato de segurança vá para área de conflito entre índios e produtores ainda na manhã de hoje. O Governo do Estado solicitou ontem ao Ministério da Justiça o reforço por conta do acirramento do conflito na região, que na terça-feira (14) terminou com a morte do indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos e que também atuava como agente de saúde. Estão em Caarapó, montando base e se hospedando em hotéis da cidade, 53 homens da Força Nacional e 30 policiais federais. O grupo deve atuar junto com a Polícia Militar para evitar que novos confrontos aconteçam. A Polícia Federal está apurando o assassinato de Clodiode e tenta negociar a retirada de cerca de 200 índios Guarani Kaiowá, da reserva Te'yikuê, que atualmente estão na propriedade rural. Cerca de 70 fazendeiros estariam no local tentando retomar a área. O presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Antonio Maran, afirma que a situação ainda é complicada e reunião entre produtores rurais e a diretoria do sindicato é realizada nesta manhã. Midiamax