21/05/2014 10h22min - Polícia
11 anos atrás

Políticos usaram R$ 7,4 mi de 'banco clandestino', diz Procuradoria

Suspeitas

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Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


A Procuradoria Geral da República (PGR) suspeita que o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), e o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), tentaram ocultar a origem de R$ 7,4 milhões recebidos de um "banco clandestino" para aplicar os recursos em campanhas eleitorais. As informações constam de documento enviado pela Procuradoria ao Supremo e foram usadas como argumento para fundamentar pedido de busca e apreensão na casa do governador e na residência e no gabinete do prefeito. As apreensões foram autorizadas pelo ministro do Supremo Dias Toffoli dentro da Operação Ararath da Polícia Federal, deflagrada nesta terça-feira (20). O prefeito nega a tentativa de ocultar o recebimento de valores uma vez que teria declarado no imposto de renda o empréstimo e também o repasse do valor para a campanha eleitoral. O governador afirma que ainda não teve acesso aos autos. As apreensões foram pedidas pela Procuradoria em razão de denúncia feita pelo empresário de Mato Grosso Gércio Marcelino Mendonça Filho, que teria realizado empréstimos entre 2005 e 2013 por meio de uma empresa de "factoring" (especializada em empréstimos) e de sua rede de postos de combustíveis, que funcionavam como uma instituição financeira "clandestina", conforme a Procuradoria, uma vez que não havia autorização do Banco Central para operar com as operações. Gércio Marcelino fez acordo de delação premiada com a Procuradoria para contar como "auxiliou seus tomadores [de crédito] na ocultação da origem de recursos recebidos". De acordo com o pedido feito pelo Ministério Público ao ministro Dias Toffoli, relato do empresário indica que o governador pediu em setembro de 2010 empréstimo de R$ 7 milhões para utilizar na campanha à reeleição, mas que Gércio Marcelino disponibilizou R$ 4 milhões por meio de vários cheques de sua empresa de combustíveis, em dinheiro e mediante o pagamento de contas de campanha.