14/04/2014 10h18min - Polícia
11 anos atrás

Para evitar brigas na Copa, Dilma vai dividir poder entre militares e polícia

SEGURANÇA

G1 ► Os ministros Amorim (Defesa) e Cardoso (Justiça) tentam acordo com os estados

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O governo federal articula um "triunvirato" na segurança em cada uma das 12 sedes da Copa do Mundo, que acontece de 12 de junho a 13 de julho no país, para evitar uma disputa entre as polícias estaduais, a Polícia Federal e as Forças Armadas durante o evento. O governo optou pelo "triunvirato", pois nenhuma força gosta de receber ordem de outra e isso tem gerado atritos nos bastidores. Durante a Copa das Confederações, a visita do Papa ao Brasil e o sorteio dos jogos da Copa do Mundo, na Costa do Sauípe (BA), em 2013, disputas envolvendo padrões, termos técnicos e como as tropas especiais atuariam quase colocaram os eventos em risco. Os desentendimentos na alta cúpula já levaram à queda de dois secretários nacionais extraordinários de segurança para grandes eventos (Sesge), pasta subordinada ao Ministério da Justiça e que foi criada pela presidente Dilma Rousseff para ajudar os estados a se prepararem. Pela Constituição, a segurança pública é responsabilidade das polícias estaduais e federais. Mas, quando os militares são empregados para garantia da lei e da ordem, por um período e terreno delimitados, uma lei de 1999 e um decreto de 2001 estipulam que a mais alta autoridade a mandar na região é um militar da mais alta patente. Para evitar uma disputa pelo poder entre as diferenças esferas de segurança, uma articulação vem sendo feita desde janeiro pelos ministérios da Justiça e da Defesa junto aos governadores dos 12 estados que receberão os jogos para que aceitem dividir responsabilidades em caso de problemas no Mundial. A ideia, que ainda será finalizada pelos ministros José Eduardo Cardozo e Celso Amorim junto à presidente Dilma Rousseff, deve ser avalizada oficialmente pelos governadores, segundo informaram ao G1 os ministérios da Justiça e da Defesa e o delegado da PF encarregado da Copa no Brasil, Felipe Seixas. No período dos jogos, mandarão na segurança pública das cidade-sede três pessoas: o secretário de segurança do estado, um general definido pela Defesa como “comandante de área” e o superintendente da PF no estado. Eles comporão o "Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional (Cesir)". Acima deles haverá um comitê composto pelos ministros da Casa Civil, Defesa e Justiça.