01/11/2016 14h03min - Política
8 anos atrás

Paulo Corrêa pede ponto eletrônico na Assembleia

Paulo Corrêa (PR) ainda afirmou que ligação foi grampeada ilegalmente

Valdenir Rezende ► Deputado diz que está constrangido com grampo

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O deputado estadual Paulo Corrêa (PR) falou pela primeira vez nesta terça-feira depois do vazamento de conversa em que ele aparece orientando o colega Felipe Orro (PSDB) a fraudar folha de ponto de servidores. O deputado se defendeu afirmando que a gravação foi ilegal, mas admitiu que usou termo errado durante a conversa. Na sessão de hoje da Assembleia, Corrêa disse que está constrangido porque imaginou que a conversa com o deputado era informal. “Perguntei a ele se estava sozinho para que eu pudesse falar a vontade, não imagina que estavam grampeando nossa conversa", disse afirmando que se trata de um ato ilegal. Ainda conforme o deputado que agora é alvo de investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), ele procurará as “autoridades competentes” para apurar a gravação da conversa. A reportagem apurou que a ligação foi gravada por aplicativo de celular de um pastor, de quem Felipe Orro emprestou o aparelho para ligar para Corrêa. Corrêa também pediu que Assembleia implante relógio de ponto “para acabar com essas desconfianças”. Deputado Orro voltou a se defender de que nunca fraudou folha de servidores e que possui folha abaixo da cota, no entanto, não informou quantidade de funcionários que emprega. A criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Caça Fantasma, que apuraria servidores que recebem sem trabalhar, poderia ganhar força com a repercussão negativa do conversa entre os deputados. No entanto, a definição sobre abertura da CPI foi adiada porque houve pedido de vistas. O CASO Na última sexta-feira (28), o Portal Correio do Estado publicou o áudio com exclusividade. São mais de 3 minutos de conversa, ocorrida em julho de 2015 e que só veio à tona agora, em que Paulo orienta o colega a criar uma folha de ponto fictícia para que nenhuma irregularidade envolvendo funcionários que recebem sem trabalhar seja descoberta. Confira a conversa na íntegra no fim da matéria. A reportagem apurou que a ligação vazou porque Orro usou celular emprestado de um pastor para retornar ligação a pedido de Corrêa, em junho do ano passado. Na época, Orro estava em Maracaju e conversou com o colega que estava no gabinete da Assembleia em Campo Grande. O pastor afirma que o celular possuía aplicativo de gravação de ligações em razão de ameaças que sofria há alguns anos. Nesta semana, o pastor decidiu denunciar a situação ao Ministério Público Estadual (MPE) de Maracaju e o áudio acabou vazando. Por meio de nota, Felipe Orro informou que todos os servidores que ele possui em seu gabinete são contratados legalmente. " Ajustes no controle de frequência foram e estão sendo feitos para atender a demanda de transparência da Lei e da sociedade". Presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB) disse, também por meio de nota, que a Casa possui rigoroso controle de presença dos funcionários e que está disposta a tomar medidas para não se afastar do compromisso da transparência. CorreiodoEstado