reprodução UOL ► Dilma disse que foi vingança seu afastamento
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Caarapó News
Em discurso realizado minutos depois de ser intimada do afastamento da Presidência da República, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), declarou não ser "mulher para aceitar chantagem", em referência ao que chamou de chantagem do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deu início ao processo de impeachment.
O pronunciamento ocorreu diante de centenas de apoiadores, na Praça dos Três Poderes, na frente do Palácio do Planalto, no fim da manhã desta quinta-feira (12).
"Quem deu início a esse golpe o fez por vingança porque nós nos recusamos a dar a ele, ao senhor Eduardo Cunha, os votos para que ele fosse absolvido. A própria imprensa noticiou isso fartamente, disse que ele estava fazendo uma chantagem contra o governo. E eu não sou mulher para aceitar esse tipo de chantagem", afirmou Dilma.
Falando sem ler, diferentemente do que havia ocorrido pouco antes diante de jornalistas, dentro do Palácio, a petista repetiu muitos tópicos do discurso anterior e interrompeu várias vezes sua fala para pedir que pessoas se afastassem dela, para que pudesse ver os manifestantes.
Ela iniciou o pronunciamento público saudando e agradecendo as pessoas que se reuniram diante da sede do governo federal. "Hoje para mim é um dia muito triste, mas vocês conseguem fazer com que a tristeza diminua e que eu, com o calor, a energia e o carinho que vocês passam para mim, tenha aqui um momento de alegria", declarou.
"A tristeza é porque nós hoje vivemos uma hora que eu vou chamar de uma hora trágica para o país. A jovem democracia brasileira está sendo objeto de um golpe. Por que é que eu chamo esse processo de golpe? Porque impeachment sem crime de responsabilidade é um golpe. Eu não cometi crime de responsabilidade. Eu estou sendo vítima de uma grande injustiça", acrescentou Dilma.
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