Luciana Nassar/ALMS ► Paulo Corrêa (à direita) desistiu de proposta para cancelar sessões.
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
A Assembleia Legislativa recuou da proposta de cancelar as três sessões da próxima semana, nos dias que antecedem a eleição de 7 de outubro.
Primeiro, o pedido feito pelo deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), que é candidato à reeleição, teve boa recepção na Assembleia e o presidente da Casa de Leis, deputado Junior Mochi (MBD), ia consultar os líderes do partido. Mochi é candidato ao governo do Estado.
Diante da repercussão negativa na sociedade, Corrêa, autor da proposta na última quinta-feira (dia 20), voltou atrás na sessão de hoje (dia 26).
Ele explicou que retirou a proposta devido às más interpretações. “Sou um deputado assíduo, participo da maioria das sessões e estavam colocando que teríamos férias. Não era essa a nossa intenção, por isso retiro a proposta. Se outro deputado quiser, que coloque de novo na pauta”, afirmou.
Na sequência, nenhum parlamentar se manifestou e Mochi, que presidia a sessão, informou que a proposta foi retirada. Na quinta-feira, Corrêa havia justificado que a Câmara Federal e o Senado cancelaram as sessões nas duas semanas que antecedem as eleições.
Desde o começo da manhã, o tom dos deputados era de recusa à proposta, numa análise que era melhor conciliar as sessões com a campanha eleitoral para evitar desgaste desnecessário.
Cada deputado tem salário de R$ 25.322,25. Portanto, três dias de trabalho equivalem a R$ 2.532 para cada parlamentar. As sessões são às terças, quartas e quintas-feiras. Eles ainda têm direito à verba indenizatória de até R$ 30 mil para custear gastos como gasolina e material para o gabinete.
O Campo Grande News não localizou o valor da verba de gabinete no Portal da Transparência, mas apurou que são R$ 89 mil para pagar os funcionários. Em média, cada deputado emprega de 20 a 24 pessoas.
Repercussão – O deputado Marcio Fernandes (MDB) avalia que não precisava cancelar. “A gente dá um jeito de conciliar. É só se organizar na última semana”, diz. Cabo Almi (PT) se posicionou contra a proposta.
“Precisa ser sessão normal. Uma semana não vai mudar nada na campanha, temos que cumprir nossas obrigações. Além disso, traz um desgaste de graça”, afirma.
Lídio Lopes (Patriotas) declara que iria acompanhar a maioria. “Estou sempre nas sessões, não mudaria nada para mim”.
“Acredito que deve tocar as sessões normalmente. Não tínhamos sentado como partido para definir, mas entendo que todo mundo já visitou as bases e dá para fazer campanha na segunda e finais de semana”, afirma Rinaldo Modesto (PSDB).
Herculano Borges (SD) disse que sempre comparece às sessões e que, em caso de cancelamento, os trabalhos teriam que ser adiantados para não gerar prejuízo.
Dos 24 deputados estaduais, 19 tentam reeleição, dois disputam vaga na Câmara Federal e um é candidato ao governo.