Brasil se despede do craque Pelé

Jovens e idosos se abraçaram enquanto o cortejo fúnebre percorria as ruas da cidade costeira por horas, com alguns fãs chorando e outros torcendo e batucando por um herói nacional que saiu da pobreza descalça para se tornar um dos maiores e mais conhecidos atletas da história moderna. Pelé morreu na semana passada, aos 82 anos, após lutar contra um câncer de cólon por um ano. Ele foi sepultado na Necrópole do Memorial Ecumênico da cidade, um cemitério vertical de 14 andares com vista para o campo de futebol de Santos que o tornou uma estrela.

O cortejo fúnebre de Pelé havia deixado o estádio Vila Belmiro, casa do Santos Futebol Clube, na manhã desta terça-feira. Pelé jogou de 1956 a 1974 pelo time, marcando mais de 1.000 gols. Durante um velório de 24 horas, os fãs ficaram horas na fila para prestar suas homenagens, mesmo durante a noite.

Um dos momentos mais emocionantes da terça-feira ocorreu quando o caminhão de bombeiros que carregava seu caixão parou em frente à casa da mãe de 100 anos de Pelé. A multidão aplaudiu e gritou "Pelé é o nosso rei", antes de fazer um minuto de silêncio.

A irmã de Pelé, Maria Lucia Nascimento, 78 anos, assistiu em lágrimas de uma varanda e agradeceu à multidão em uma breve entrevista na TV. O filho de Pelé, Edson Cholbi Nascimento, dirigiu-se à multidão no cemitério enquanto fogos de artifício saudavam a chegada do caixão e os enlutados cantavam o hino do Santos."Eu queria em nome de toda a família agradecer por todo o amor, o respeito", disse ele. "É uma honra, é um grande orgulho. Mais uma vez obrigado. Agora ele vai descansar."

O mausoléu onde Pelé está agora será aberto ao público dentro de sete dias, disse o cemitério.

Fonte: Eduardo Simões - Agência/Reuters Brasil