Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
A carne vermelha acumula alta de 30,7% em 12 meses, segundo os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com alta da inflação e 14,1 milhões de desempregados, o consumo do alimento diminuirá em quase 14% neste ano, se comparado a 2019, antes da pandemia.
É o menor nível registrado para consumo de carne bovina no Brasil em 26 anos, aponta a série histórica da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), com início em 1996.
A alta dos preços também obriga brasileiros a procurar substitutos para a carne, mesmo que os alimentos sejam menos nutricionais.
É o caso das famílias que recorrem ao pé, pescoço e miolos de galinha. Comerciantes também sentiram a alta na compra de miojos.
A professora da faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade de Campinas, Glaucia Pastore, afirmou que "grande parte da população está consumindo não atingem os preceitos nutricionais adequados ou talvez a quantidade não seja adequada".
Comer para subsistir, diz ela, tem consequências: "A população tem mais possibilidades de adquirir doenças virais ou outras crônicas não transmissíveis, como diabetes, cardiopatias, câncer, que se prolongam por toda a vida, impossibilitando de trabalhar".
Até o final do ano passado, 116,8 milhões de brasileiros viviam em situação de insegurança alimentar e 19 milhões passavam fome, segundo uma pesquisa de rede PENSSAN.
Outro dado recente é de uma pesquisa do Datafolha, que aponta que 85% dos entrevistados diminuíram o consumo de algum alimento em 2021.
Destes, 67% reduziram a carne vermelha. Outros 35% citaram o arroz e feijão, base da alimentação do brasileiro.
Carlos Cogo, diretor da consultoria de agronegócios Cogo, prevê que as pressões sobre os alimentos permanecerão pelo menos até 2022-2023.
Jornal Correio do Estado