midiamax ► O protesto ocorreu na Praça do Rádio Clube que fica no centro de Campo Grande
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
Aos gritos como: “Um, dois, três, Lula pro xadrez!”; “Dilma e Lula direto pra Papuda!”; e “Lula lá, lá em Cuba!”, cerca de quinhentas pessoas, segundo a PM (Polícia Militar), compareceram, no sábado na Praça do Rádio Clube, ao protesto que pediu o impeachment da Presidente Dilma (PT).
O evento foi organizado pelas redes sociais e se formou logo após o segundo turno das eleições, no último dia 26 de outubro. Eram esperadas, pela organização, mais de 6 mil pessoas.
De acordo com um dos organizadores, o empresário Nelson Fernando Dauer, além do impeachment, a principal reivindicação do grupo é apurar o resultado correto das eleições, pois, segundo eles, houve fraude na contagem dos votos.
“Como não estão deixando a Polícia Federal investigar as denúncias, queremos que os militares interfiram”, explica.
Quando questionado se essa intervenção militar não prejudicaria a democracia do país, o empresário negou qualquer tentativa de golpe.
“Não queremos que o Exército tome o poder. Queremos, apenas, que ele apure a contagem dos votos a fim de entregar a presidência para quem, realmente, tenha direito”, ressalta.
A designer Tânia Binato Flores, de 56 anos, lembra que em 2012, um hacker, conhecido como Rangel, conseguiu fraudar as urnas das eleições do Rio do Janeiro.
“Depois fiquei sabendo que ele se entregou. E agora, por onde anda esse rapaz? Para quem ele está trabalhando?”, indaga.
A empresária Maria Tereza Ferreira, de 55 anos, afirma que o governo federal atual tem muitas ligações com países socialistas.
“Eles são muito próximos da Bolívia, de Cuba e da Venezuela. Desconfio que estejam caminhando para o socialismo. Não quero que os militares tomem o poder, apenas que resguardem a segurança do Brasil”, destaca.
O vendedor Ildefonso Silva Neto, de 72 anos, ressalta que o maior motivo que o fez participar do protesto foi a corrupção. “Deveria ser crime hediondo, pois isso representa a degola de muitas pessoas”, diz.
Hipóteses constitucionais de impeachment
De acordo com o artigo 85 da Constituição Federal, o presidente da República pode sofrer impeachment caso cometa algum crime de responsabilidade.
Esse mesmo artigo define tais crimes como atentar contra: a existência da união; o livre exercício dos poderes legislativo, judiciário, do Ministério Público, bem como contra os Estados federados; o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a segurança interna do País; a probidade da administração; a lei orçamentária; e contra o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Pessoas alheias ao protesto
De acordo com o gerente de uma farmácia, vizinha à manifestação, o protesto é válido, contudo, não pode prejudicar quem está de longe. “Eles ocuparam todas as vagas do meu estacionamento. Meus clientes não tem onde parar assim. Só sobrou uma vaga para deficientes físicos”, acentua.
A estudante Monica Santos, de 27 anos, diz que protestos em geral são bons para a democracia, porém, devem ser pacíficos. “Só sou a favor quando não há violência”, afirma.
Protesto em São Paulo
Em São Paulo, esse mesmo protesto, que é simultâneo pelas principais cidades do Brasil, reuniu cerca de 1500 pessoas. A manifestação começou em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista, e seguiu em direção ao Obelisco do Parque do Ibirapuera, Zona Sul da cidade.