Mercado.etc.br ► O controle biológico de pragas é desenvolvido pela ação de insetos ou micro-organismos que parasitam outros, inibindo suas ações
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Mato Grosso do Sul vai mesmo ter um Plano de Controle Biológico de Pragas. As entidades envolvidas, que promoveram um workshop em Campo Grande recentemente, estão demonstrando seriedade e responsabilidade, ao reconhecerem a gravidade desse assunto, e estão se reunindo e debatendo os melhores caminhos para a efetivação do Plano de Controle Biológico e sua aplicação futura no Estado.
Uma das preocupações imediatas do grupo é trazer pelo menos uma biofábrica – que produzirá os ativos biológicos que serão lançados nas lavouras e pastagens pecuárias – para o combate natural às principais pragas que têm prejudicado as atividades produtivas rurais em Mato Grosso do Sul.
Um dos palestrantes do workshop realizado na Capital, o pesquisador Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo, foi ouvido pelo Correio Rural sobre as biofábricas: “Não é grande o investimento para implantar uma biofábrica. E já temos o domínio da tecnologia para, por exemplo, saber quantas vespinhas temos que liberar na lavoura para o combate dos ovos das lagartas da soja”, esclareceu. O pesquisador também informou que todo o processo é muito simples, pois a vespa produzida na biofábrica se alimenta de farinha. “Portanto, não há risco de contaminação, não exige que os funcionários sejam especializados. Por isso é simples e não exige grandes investimentos”.
Ele destaca que o sistema faz bem para a natureza e resolve os problemas do produtor. “Mas é necessária a união entre a pesquisa e a extensão rural que vai orientar o produtor, e precisamos que o produtor adira ao sistema”, concluiu Ivan Cruz.
A pesquisadora Rose Monnerat, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que também realizou uma palestra no workshop, salientou a importância de ter biofábricas próximas ao local de produção. “É problemático, difícil levar os inimigos naturais às áreas de produção se a distância for muito grande”, destacou. São organismos vivos e que ficam sujeitos à distância, ao transporte, à temperatura e a tantos outros fatores. Por isso, uma biofábrica próxima é fator fundamental para o sucesso de um controle biológico de pragas.
O PLANO DE CONTROLE
O recém-criado comitê para elaborar um plano de controle biológico para Mato Grosso do Sul tem se reunido e discutido ações prioritárias para o Estado e as metas a serem atingidas em curto, médio e longo prazo.
O comitê é formado por sete entidades: Embrapa Gado de Corte; Embrapa Agropecuária Oeste; Fundação-MS; Universidade Católica Dom Bosco (UCDB); Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD); Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul); e Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf). O comitê tem novo encontro marcado para o dia 6 de outubro, quando o grupo deverá finalizar a proposta do Plano Estadual de Controle Biológico e, em seguida, submetê-la ao governo do Estado.
As instituições de pesquisa e desenvolvimento que compõem o comitê foram escolhidas pelo envolvimento de seus trabalhos com o tema controle biológico de pragas e doenças, e a Famasul, por representar as cadeias produtivas de MS e as secretarias estaduais.
A Embrapa trabalhará em diversas frentes, tanto na área vegetal quanto animal. Na segunda reunião ocorrida na sede da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, os presentes discutiram a estrutura para o Plano Estadual de Controle Biológico, que traria dados atualizados de impacto das principais pragas e doenças que afetam as cadeias produtivas mais expressivas do Estado, como a da soja e da pecuária, por exemplo.
GRANDES BENEFÍCIOS
O grupo debateu a implementação da nova Lei da Inovação e a necessidade de desburocratizar e dar mais flexibilidade quanto ao uso dos recursos aportados para a pesquisa no Estado. De acordo com a chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte, Lucimara Chiari, “esse ponto é importante para obtenção de bons resultados de pesquisa”. Nessa ocasião, também se discutiu a importância de incluir no plano ações de capacitação de pessoal e de transferência de tecnologia. Segundo a pesquisadora, é preciso ter uma estratégia para atrair biofábricas para MS, a fim de que os ativos biológicos possam ser produzidos e comercializados no próprio estado.
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