Divulgação ► Os deputados do PMDB Baleia Rossi, Carlos Marun, Fábio Ramalho, Marcelo Castro, Sérgio Souza e Osmar Serraglio (Foto: Montagem com fotos de Luis Macedo, Gustavo Lima, José Cruz, Lúcio Bernardo e Gilmar Félix
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Dono da maior bancada da Câmara com 66 deputados, o PMDB do presidente em exercício Michel Temer corre o risco de ter seis candidatos na disputa pela sucessão de Eduardo Cunha (RJ) no comando da casa legislativa.
À revelia do Palácio do Planalto – que tem defendido o lançamento de uma candidatura de consenso da base aliada –, os deputados Baleia Rossi (SP), Marcelo Castro (PI), Carlos Marun (MS), Fábio Ramalho (MG), Sérgio Souza (PR) e Osmar Serraglio (PR) buscam apoio nos bastidores para concorrer ao comando da Câmara no papel de candidato oficial do PMDB.
A corrida pela presidência da Casa foi deflagrada oficialmente na última quinta (7) com a renúncia de Cunha. Dos seis peemedebistas com interesse em entrar na briga pelo cargo, dois já registraram as candidaturas na semana passada: Marcelo Castro (ex-ministro da Saúde) e Fábio Ramalho (ex-prefeito do município mineiro de Malacacheta).
As negociações em torno do comando da Câmara, contudo, se intensificaram neste final de semana. Em Brasília, líderes partidários, potenciais candidatos e emissários de Temer passaram os últimos dias em conversas na tentativa de definir os nomes que tentarão a sorte na eleição interna da Casa.
Os outros quatro deputados do PMDB que cogitam ingressar na disputa tentam, antes de se lançar oficialmente, buscar apoio para suas candidaturas. Eles têm procurado colegas da bancada peemedebista e deputados de outros partidos para tentar costurar alianças.
Os parlamentares do PMDB terão até o dia da eleição para registrar suas candidaturas. Uma queda de braço entre o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), e líderes do "Centrão" deixou indefinida a data da votação, que pode ocorrer entre terça (12) e quinta-feira (14).
Filho do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e atual líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi tem repetido, por meio de sua assessoria, que descartou a possibilidade de entrar na corrida eleitoral. Ele, entretanto, tem feito corpo a corpo com integrantes de sua bancada para tentar se cacifar como candidato oficial do partido.
Na abordagem a parlamentares peemedebistas, Rossi tem apresentado propostas e pedido apoio para uma eventual candidatura. “É o nosso líder na Câmara, um deputado agregador, seria um bom nome”, disse um deputado do PMDB.
Outro possível candidato peemedebista é o deputado Carlos Marun, que ficou nacionalmente conhecido nos últimos meses com um dos mais fiéis aliados de Eduardo Cunha. Apesar de ainda não ter formalizado a candidatura, o deputado do Mato Grosso do Sul já externou a intenção de participar da eleição a vários colegas do partido, incluindo o próprio Cunha.
Suplente do Conselho de Ética da Câmara, Marun protagonizou diversas discussões acaloradas no colegiado com adversários de Cunha para defender o ex-presidente da Casa, alvo de um processo de cassação por ter mentido à CPI da Petrobras que mantinha contas bancárias no exterior.
Em um grupo de Whatsapp de deputados do PMDB, ele reconheceu na semana passada a "lealdade" do aliado da bancada do Mato Grosso do Sul com uma mensagem de apoio às pretensões de Marun de comandar a Casa. Cunha, entretanto, vem defendendo que o PMDB abra mão de ter candidato próprio para apoiar um nome do "Centrão".
“Se eu estivesse habilitado, votaria em você, amigo”, declarou o ex-presidente da Câmara no grupo de Whatsapp dos deputados peemedebistas, referindo-se a Carlos Marun.
Eleito para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara com o apoio de Cunha, o deputado Osmar Serraglio tem ensaiado nos bastidores uma candidatura à sucessão do colega de partido. O parlamentar do Paraná é peça-chave no processo de cassação do ex-presidente da Casa, na medida em que a CCJ é a comissão responsável pela análise do recurso que quer anular a votação do Conselho de Ética que recomendou a perda do mandato.
Ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff e atual desafeto de Eduardo Cunha, Marcelo Castro foi um dos primeiros deputados a registrar candidatura à presidência da Câmara. Médico de 66 anos, ele está no quinto mandato como deputado federal.
Castro rompeu politicamente com Cunha em 2015, após ter sido desautorizado pelo agora ex-presidente da Câmara nas negociações para votar um projeto de reforma política. À época, o deputado do Piauí presidia a comissão especial criada na Casa para tratar das mudanças nas regras políticas e eleitorais. Contrariado com as propostas elaboradas sob o comando de Castro, o deputado do Rio cancelou a votação do relatório final da reforma política no colegiado e levou o assunto à votação diretamente no plenário da Casa.
Marcelo Castro se manteve na Esplanada dos Ministérios mesmo depois de o PMDB ter rompido oficialmente com Dilma. Na votação que autorizou a abertura do processo de impeachment, ele desobedeceu a recomendação partidária e votou contra o afastamento da petista. A lealdade que o deputado piauiense demonstrou a Dilma pode atrair votos na eleição pela presidência da Câmara de integrantes da atual oposição, como PT, PC do B e PDT.
Ex-presidente da CPI dos Fundos de Pensão, o deputado Sérgio Souza tentará aproveitar a visibilidade alcançada no comando das investigações de irregularidades cometidas nos fundos previdenciários das estatais para disputar a sucessão de Cunha. A assessoria dele afirma que o deputado do Paraná irá registrar sua candidatura nesta segunda-feira (11).
CorreiodoEstado