Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Midiamax News
Desde que a vacina contra covid foi disponibilizada para a população, mais da metade das mortes pela doença em Campo Grande foram de pessoas que não se imunizaram.
De janeiro até metade de dezembro, foram 2.240 moradores que morreram por coronavírus e não tomaram ao menos a primeira dose da vacina. O número representa 54% do total de 4.115 óbitos registrados no município.
Seja por não terem tido a oportunidade ou por decidirem não se vacinar, a Sesau explica que a contaminação pelo vírus pode ter acontecido antes mesmo da pessoa ser elegível para a vacinação.
"Com a conclusão do esquema vacinal da população, o número de óbitos começou a decrescer no município, o que pode ser observado em maio, onde o total de óbitos de pessoas sem nenhuma informação sobre vacinação é quase a metade no mês anterior", disse em nota.
A partir da data em que houve a ampliação da vacina a todo o público elegível em Campo Grande, os dados mostram serem 35 óbitos sem registro de vacinação entre o início do mês de setembro, quando toda a população com 12 anos ou mais já poderia ser vacinada, e a data atual.
Vale lembrar também que pode não ter tido o registro sobre a aplicação da vacina após a morte, não sendo preenchida a parte do formulário destinada a esta informação. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) disse que não tem um sistema próprio para filtrar as informações referentes aos óbitos de pessoas sem vacina e explicou que cada hospital tem a sua dinâmica.
Campo Grande atingiu 70% da população totalmente imunizada nesta quarta-feira (15), ou seja, 634.249 pessoas tomaram a segunda dose ou vacina de dose única na Capital. O marco é registrado após dois meses e meio de atingir 60% de imunização na população.
Os dados mostram que 73,3% da população campo-grandense tomaram ao menos a D1, mas o problema é que muita gente está com a 2ª dose atrasada, conforme dados da Sala de Gestão.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) aponta que 83.109 pessoas estão aptas para tomar a segunda dose, mas até agora não compareceram aos pontos de vacinação. A demora acaba prejudicando a proteção do organismo contra a doença. Além disso, caso as pessoas tivessem comparecido para tomar a D2, Campo Grande teria avançado no índice de cobertura vacinal.
Uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na última semana mostrou que apenas nove capitais brasileiras haviam atingido 70% da população imunizada — Campo Grande, que já foi líder nacional na campanha, ficou de fora na ocasião.
Em MS, outras grandes cidades têm índice de imunização superior, como Dourados (73,3% imunizados) e Três Lagoas (72%), por exemplo.
A Sesau reforça que mais de 40 locais de vacinação estão abertos diariamente e os plantões para a vacinação acontecem todos os finais de semana.
Continuam disponíveis a 1ª, 2ª e 3ª doses da vacina e os plantões têm o objetivo de facilitar o acesso à vacina para quem não consegue ir até um destes locais durante a semana.
MIDIAMAX