Escutas indicam envolvimento da indústria na fraude do leite

Após a prisão de três pessoas em uma nova etapa da Operação Leite Compensado, deflagrada na manhã desta quinta-feira (7) no Vale do Taquari, o Ministério Público do Rio Grande do Sul divulgou trechos de conversas por telefone interceptadas entre Ércio Vanor Klein, dono da Hollmann, e um interlocutor não identificado As gravações são usadas como prova do envolvimento das indústrias na fraude. Além do empresário, Sérgio Seewald, proprietário da Hollmann, e o funcionário responsável pela política leiteira, Jonatas William Krombauer também foram presos. Todos são suspeitos de acrescentar ao leite substâncias como soda cáustica e água oxigenada. De acordo com o Ministério Público, além das escutas telefônicas, a investigação dos suspeitos foi realizada por meio da análise da compra de produtos por transportadores, após 91 laudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) atestarem inconformidade com as normas de qualidade. Em 7 de novembro do ano passado, quando foi deflagrada a terceira etapa da Leite Compensado, a pessoa que conversava com Ércio nas escutas disse que “pegaram mais um mágico”. Em resposta, o empresário desabafou. “Eu não sei que o cara fala ali que bota água oxigenada, para chamar a atenção, que isso é peróxido. Tinham que liberar, não adianta fazer essa palhaçada. Tá bom, pegaram, mas e aí?”, disse Ércio, que, questionado se água oxigenada “mata alguém”, respondeu negativamente.