divulgação ► Neneco está preso suspeito de assassinatos no Paraguai
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
“Neneco é brasileiro e se chama Vilmar Marques Gonzales”, sustenta defesa
O Supremo Tribunal Federal determinou na terça-feira (25/08) a extradição do ex-prefeito de Ypejhú, cidade paraguaia vizinha de Paranhos, Vilmar Acosta, o Neneco.
No Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, no entanto, ainda transita um processo a respeito da dupla nacionalidade de Neneco e a extradição só poderá ser ser efetuada se ficar comprovado que ele realmente é paraguaio.
Conforme informações, o nascimento de Neneco ocorreu na casa de uma das testemunhas do processo em Paranhos antes mesmo de se tornar município.
PORTANDO DOCUMENTO BRASILEIRO
Em março passado, o ex-prefeito Ypejhú que ficou foragido da justiça paraguaia durante vários meses foi preso na cidade brasileira de Naviraí, município localizado no estado de Mato Grosso do Sul, depois levado para Campo Grande, onde permanece em prisão preventiva.
Neneco foi preso em posse de documentos brasileiros, com denominação Vilmar Marques Gonzales.
DUPLA NACIONALIDADE
Como tinha um documento brasileiro e um paraguaio, Neneco foi preso até que fosse comprovado a veracidade de algum.
Se o brasileiro for comprovado verdadeiro Neneco poderá ser liberto. Já se o documento paraguaio for considerado legítimo, o acusado será extraditado e julgado no Paraguai.
ACUSAÇÃO
Neneco é acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista paraguaio, Pablo Medina, e de sua assessora, Antônia Almada.
O jornal que a vítima trabalhava e o Paraguai, alegam que Neneco tem nacionalidade paraguaia, pois seus pais são paraguaios e ele teria sido prefeito de uma cidade no Paraguai.
DEFESA: DOCUMENTO PARAGUAIO É FALSO
Em sua defesa, Vilmar Marques Gonzales defende ser brasileiro, nascido em Paranhos em 13 de Julho de 1975.
Segundo os advogados de defesa, Hervitan Cristian Carulla e Anderson Rodrigues Carvalho, o que se comprova com forte evidência, é que o extraditando é brasileiro.
A começar de sua origem com Certidão de Nascimento de Paranhos, o mesmo possui CPF, RG, Título de Eleitor, Cartão Nacional de Saúde e CNH, que são documentos de uso exclusivo de brasileiros.
Seu pai, Vidal Acosta Gonzales, é brasileiro nascido no município de Ponta Porã e sua mãe, Eva Marques Gonzales, também é brasileira nascida no município de Caarapó. Conforme relatos, o casamento dos pais de Neneco ocorreu em Caarapó.
A veracidade da certidão de nascimento brasileira é mais que verdadeira, ao contrário da certidão paraguaia, esta sim sem valor moral e de fé publica.
O declarante, Neneco, afirmou que no Brasil sempre se apresentava como Vilmar Marques Gonzales, e, quanto à República do Paraguai, se dirigia com o seu nome falso Vilmar Acosta, sendo este oriundo da Certidão de Nascimento falsificada no ano de 1988 na cidade Paraguaia de Ypejhú.
Além disso, o que fortalece a cidadania brasileira, são os fatos que o declarante adquiriu uma motocicleta brasileira, sempre foi atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), registrou seus filhos em solo brasileiro, ao contrário do Governo do Paraguai, que não demonstrou efetivamente a cidadania paraguaia, somente fez juntar como prova “robusta”, uma certidão de nascimento, a mesma que Neneco disse ter falsificado no ano de 1988.
A defesa alega ainda que o documento paraguaio não está assinado por nenhum juiz ou autoridade competente e por isso se faz inválido.
PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
O ex-prefeito é acusado de ser o mentor dos assassinatos do correspondente do jornal paraguaio “ABC Color” Pablo Medina e de sua assistente, Antonia Almada, em outubro de 2014.
Em seu depoimento, Vilmar Marques Gonzales, que era integrante do Partido Colorado, no Paraguai, declarou que o repórter Pablo Medina era simpatizante do partido rival, por isso, a vítima de homicídio tentava a qualquer modo imputar desvio de conduta ao declarante, inclusive sem provas.
Ademais, Neneco é muito querido na cidade onde era prefeito, tendo por base a sua atuação em seio social, com a entrega de alimentos, remédios e outras benesses ao povo de sua região, sendo este procedimento bastante comum no Paraguai.
Afirmou ainda que teria processado o jornalista Pablo Medina por calúnia, difamação e injúria, sendo este processo tramitando em sede de justiça paraguaia, e por esse motivo seria até um devaneio executar o homicídio, pois a primeira indicação de quem seria o mandante ou executor, seria o próprio.
Neneco disse que se retirou do território paraguaio e abandonou a prefeitura de Ypejhú, pois a pressão e ameaças de morte era de tal forma contundente que este achou melhor sair e deixar o cargo vago.
A população mais carente sente muito a falta de Neneco na administração da cidade, pois ele sempre ajudou as pessoas mais necessitadas, segundo moradores de Ypejhú.
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