Divulgação / Correio do Estado ►
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
O ex-tesoureiro do PTB e advogado Sérgio Magno Gomes Louzada, filho do ex-presidente regional do partido, Ivan Louzada, foi o alvo da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, durante a Operação Ross, deflagrada hoje com objetivo de investigar o recebimento de vantagens indevidas por parte de três senadores da República e três deputados federais, entre os anos de 2014 e 2017.
Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), relativos a dois dos investigados, e realizaram 48 intimações para oitivas.
Além de Mato Grosso do Sul, medidas foram cumpridas no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Tocantins, e Amapá.
Na decisão do STF assinada pelo ministro Marco Aurélio, foi determinada a busca nas residências e endereços de trabalho de vários investigados, inclusive de Louzada.
A decisão foi para buscar e apreender documentos e/ou computadores vinculados ao investigado Aécio Neves.
A PF de Mato Grosso do Sul não teve acesso a operação, que foi coordenada de Brasília, pois envolveu senadores da República. A sede da Polícia Federal na capital do País, apenas divulgou nota, informando que todos os mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Foram apreendidos computadores, celulares, documentos e mídias digitais, que serão analisados pela Polícia Federal em complemento à investigação.
Porém, não há informações se alguma coisa foi apreendida na casa ou trabalho de Sérgio Louzada. O pai dele, Ivan, atendeu a reportagem do Correio do Estado e informou que não estava na cidade, mas sim, em Brasília.
Ele afirmou desconhecer a operação e não soube informar se a casa do filho foi alvo da operação. “Que eu saiba não (nada foi apreendido). Eu não sei de nada disso. Meu filho não me comunicou. Soube dessa operação pela imprensa”, disse, acrescentando o filho não atia mais no PTB.
Segundo o presidente atual do PTB de Mato Grosso do Sul, o senador eleito, Nelsinho Trad, não houve busca e apreensão na sede do partido.
ENTENDA
A ação de ontem foi um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam os R$ 110 milhões.
Suspeita-se que os valores eram recebidos por meio da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias.
São investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
No requerimento de instauração do inquérito, foi ressaltado os depoimentos prestados por Joesley Batista e Ricardo Saud, e descrito a relação mantida entre o grupo J&F e Aécio Neves, quando ele foi candidato à Presidência da República, em 2014.
Reportou-se ao alegado, recebimento em 2014, de propina na ordem de mais de R$ 60 milhões, por meio de emissão de notas fiscais frias por diversas empresas indicadas por Aécio e ao pagamento a partidos políticos para ingressarem na coligação do PSDB para a candidatura dele à presidência.
Os partidos envolvidos, além do PSDB, foi também o PTB, que recebeu R$ 20 milhões, mediante intermediação dos deputados federais Cristiane Brasil e Benedito Gama Santos; o Solidariedade, que recebeu R$ 15 milhões, por intermédio do deputado Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força) e Marcelo de Lima Cavalcanti; além de outros partidos como o DEM; o PTN atual Podemos; PTC; PSC; PSL; PSDC; PTdoB; PEN, atual Patriotra; PMN, perfazendo R$ 10.380.000,00 com a finalidade de comprar apoio político para a campanha presidencial nas eleições de 2014.
Correio do Estado