Paulo Ribas ► Governador demonstrou insatisfação com postura da União quanto às fronteiras.
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Preocupado com o avanço da criminalidade que transforma Mato Grosso do Sul no maior corredor do tráfico de armas e drogas da América Latina, o governador Reinaldo Azambuja cobrou do Governo Federal que feche as fronteiras com a Bolívia e o Paraguai, como única forma de combater o crime organizado. Tal medida, considera, é mais importante do que apenas mobilizar as forças de segurança para combate direto nos centros consumidores.
Por meio de artigo publicado hoje na Folha de São Paulo, batizado como "Porta da violência aberta nas fronteiras", o chefe do executivo estadual demonstrou sua insatisfação e lembrou que nem mesmo as grandes apreensões têm sido capazes de desestimular o avanço das facções. Como consequência, o sistema penitenciário sul-mato-grossense fica sobrecarregado com o presos que, em tese, seriam responsabilidade da União.
Conforme pontuado por Azambuja, em seis anos, entre 2012 e 2017, as polícias Militar e Civil, bem como o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), aumentaram de 87 toneladas para 427 toneladas de drogas apreendidas ao ano. "Se todos os policiais deslocados para vigiar as fronteiras estivessem nas ruas das cidades, certamente estatísticas de furtos, roubos e homicídios não seriam tão alarmantes", disse.
Se por um lado as polícias impediram que grandes quantidades de droga chegassem às regiões metropolitanas mais importantes do país, de outro, os presídios do estado ficaram superlotados. Com capacidade para 7.327 internos, o sistem abriga hoje 16.224. "Cerca de 40% dos presos custeados pelo Estado foram sentenciados por crimes federais. Essa massa carcerária custa a Mato Grosso do Sul R$ 127,3 milhões ao ano".
Como solução, o governador volta a cobrar publicamente uma postura enérgica da União e sugere o fechamento das fronteiras. "Nossa proposta é atacar o problema em sua raiz. Fechar as fronteiras, evitar a entrada de drogas e armas. [...] Não há dúvida de que o Brasil precisa de nova política de segurança pública [...] os custos de manutenção da atual massa carcerária, em apenas sete meses, seriam suficientes para construir um novo presídio".
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