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Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Celia Castedo Monasterio, funcionária da Administração de Aeroporto e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (Aasana), recebeu autorização para aguardar durante um ano resposta ao pedido de refúgio no Brasil. Ela é investigada como uma das responsáveis por autorizar voo da LaMia que caiu na Colômbia, há uma semana, matando 71 pessoas.
Na semana passada, o Ministério Público boliviano deu encaminhamento a queixa-crime contra Monasterio por “não cumprimento de deveres” e “atentado contra a segurança dos transportes”. Ela, por outro lado, informou as autoridades brasileiras que tem sido perseguida e não teria condições de impedir a saída do voo que matou integrantes da Chapecoense, jornalistas e tripulantes da LaMia.
“Ela prestou depoimento, ontem, no Ministério Público Federal em Corumbá. Disse estar sendo perseguida pelo governo [boliviano] que busca responsabilizá-la pelo acidente. Encaminhamos o pedido ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e, com o protocolo, sua permanência pode ser de um ano no país”, explicou o delegado da Polícia Federal, Sergio Luis Macedo.
Refúgio é uma proteção legal, conforme o Ministério da Justiça, concedido a quem sofre perseguição por religião, grupo social, opiniões políticas e diante de graves violações dos direitos humanos. Entrevista avalia riscos de retorno do solicitante e origem das perseguições sofridas, antes de definir por sua permanência ou não. O processo dura, em média, um ano para ser concluído.
DENÚNCIA
A pena que a funcionária da Aasana pode receber pelas denúncias apuradas chega a quatro anos de prisão, conforme divulgou o jornal El Deber, da Bolívia.
Enquanto é investigada, Monasterio está suspensa do trabalho. Ela tem mais de 20 anos de experiência e as autoridades bolivianas querem apurar porque com tanto tempo de conhecimento na área, acabou autorizando o voo. O plano demonstrava risco porque deveria haver mais uma parada para reabastecimento.
Autoridades bolivianas também investigam tráfico de influência e indícios de irregularidades na fiscalização da empresa LaMia e ao voo da Chapecoense.
Um ex-diretor da Direção Geral da Aeronáutica Civil, Gustavo Steven Vargas, seria filho do diretor-geral da LaMia e ex-piloto do grupo aéreo da presidência, Gustavo Vargas Gamboa.
Gustavo Steven Vargas era responsável por conceder licenças de voo e poderia ter favorecido o pai, mesmo com a LaMia não atendendo a todos os requisitos. A informação foi repassada pelo ministro de Obras Públicas, Milton Claros, e reproduzida pelo jornal El Deber.
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