Divulgação ► Aedes modificado pode ajudar no controle da espécie selvagem.
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
Já testada em algumas cidades do país, a prática de combate ao Aedes aegypti selvagem utilizando mosquitos transgênicos, ou seja, modificados geneticamente, será apresentada nesta quarta-feira (20), aos técnicos da secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul que atuam no combate a doença no Estado.
Segundo o coordenador estadual de controle de vetores, Mauro Lucio Rosa, a empresa que fará a apresentação desse modelo de combate é de São Paulo e vai explicar como ocorre o processo. "Vamos apenas conhecer o método, não significa que iremos adotar", ressalta Mauro.
A apresentação será na Sala de Situação, criada para monitorar o projeto-piloto de combate ao Aedes no Estado.
A utilização de mosquitos transgênicos teve início, em caráter experimental, em 2013, no município de Jacobina, na Bahia, mas apenas em 2014 a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, órgão ligado ao Ministério da Ciência, aprovou a liberação comercial do mosquito transgênico para controlar a população do Aedes aegypti selvagem.
Ano passado, a cidade de Piracicaba, no interior paulista, também realizou testes com o Aedes modificado para controlar a doença na cidade e soltou 200 milhões de mosquitos para auxiliar no combate a doença no município.
Quando liberados, os mosquitos transgênicos vão cruzar com as fêmeas e os mosquitos que nascerem deste cruzamento vão carregar uma proteína que vai impedir que eles cheguem a fase adulta.
Dessa forma, o método se torna um importante aliado na guerra contra o Aedes, uma vez que apenas as fêmeas transmitem o zika vírus, dengue e chikungunya e através dessa prática, acabam tendo seu ciclo de vida interrompido.
A alteração genética também faz com que os mosquitos carreguem um gene que torna mais simples o monitoramento das larvas no laboratório, pois ficam fluorescentes sob uma luz específica.
Apesar de alguns cientistas questionarem a prática por receio das interferências que podem causar no ecossistema, o Ministério da Saúde vem acompanhando a pesquisa com o Aedes Aegypt transgênico desde o início, em 2010, que começou com a adaptação do mosquito em laboratório da Universidade de São Paulo.
O estudo foi desenvolvido em parceria com uma empresa britânica, que criou a primeira linhagem do inseto, que precisou ser adaptada ao ambiente nacional.
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