02/08/2019 10h17min - Geral
6 anos atrás

Grupo de extermínio pode ter pelo menos quatro guardas municipais


Bruno Henrique/Correio do Estado ► Armamento apreendido com milicianos no dia da ocorrência

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Com a prisão dos guardas municipais Robert Vitor Kopetski, Rafael Antunes Vieira e do motorista de aplicativo Flávio Narciso Morais da Cunha, a força-tarefa que investiga crimes de pistolagem em Campo Grande agora busca outro integrante da Guarda Municipal de Campo Grande suspeito de fazer parte do grupo. Com Marcelo Rios, outro guarda da força de segurança pública do município, preso desde 18 de maio, seriam pelo menos quatro integrantes da instituição suspeitos de formar uma quadrilha de extermínio que teria como chefe um empresário da Capital, conforme indica o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil. Os dois guardas e o motorista de aplicativo voltaram à prisão ontem depois que a 2ª Câmara Criminal decidiu favoravelmente ao recurso ajuizado pela procuradora de Justiça Sara Francisco da Silva. Ela alegou que Eliane Benitez Batalha dos Santos, testemunha do processo e da investigação conduzida pela Polícia Civil, está com a vida em risco e teria sido ameaçada pelos três. Eliane é companheira de Marcelo Rios, outro suposto integrante do grupo, que está isolado no Presídio Federal de Mossoró (RN). Ela teria sido ameaçada nos dias posteriores à prisão de Marcelo, fato que chegou ao conhecimento dos policiais, que prenderam o trio em flagrante por obstrução à Justiça. A prisão dos três foi revogada no fim do mês de maio e, desde então, o Ministério Público Estadual tentou por pelo menos quatro vezes mandá-los de volta para a cadeia. O êxito só veio no julgamento de terça-feira (30). CAÇADA Agora os policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), que integram a força-tarefa, procuram pelo quarto guarda envolvido. No dia 17 deste mês, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços ligados ao suspeito. Ele estaria envolvido no assassinato do estudante de Direito Matheus Xavier, 20 anos, ocorrido em 9 de abril. Matheus foi executado com dezenas tiros de fuzil calibre 7,62 milímetros. A tese de que o pai dele, o capitão reformado da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, era o alvo ainda não foi descartada pelos investigadores. Marcelo Rios, que agora está preso, foi flagrado com um arsenal em uma casa desabitada no Bairro Monte Líbano. No local, havia seis fuzis (dois AK-47 de calibre 762 e quatro de calibre 556), um revólver 357, 11 pistolas 9 milímetros, quatro pistolas .40, uma pistola de calibre 22 e outra pistola de calibre 380, além de duas espingardas, sendo uma de calibre 12 e outra de calibre 22. Ainda foram encontradas 1.753 munições, 392 para os fuzis AK-47. Se somado aos cartuchos apreendidos em outros endereços vinculados a Rios, o total de munições supera 2 mil unidades. No pen-drive encontrado na ocasião com o guarda, também havia um dossiê sobre um fazendeiro da cidade de Bonito. Os policiais da força-tarefa suspeitam que o produtor rural seria um dos alvos do grupo de extermínio, que é investigado pela Polícia Civil e pelo Gaeco. Na mídia eletrônica, existiam fotos, números de documentos, endereços e informações sobre bens e atos praticados pela possível vítima. Correio do Estado