21/06/2017 13h39min - Geral
8 anos atrás

Justiça Federal nega liberar venda de frigoríficos da JBS na América Latina

Justiça nega vendas de frigoríficos da JBS

Rhobson Lima ► A venda foi fechada por US$ 300 milhões, e envolve frigoríficos da Argentina, Paraguai e Uruguai.

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O juiz da 10ª vara federal de Brasília, Ricardo Leite, negou o pedido de suspensão de medidas cautelares feito pela defesa dos irmãos Joesley Batista, Wesley Batista e de executivos da JBS. Eles queriam, entre outras solicitações, poder vender ao grupo Minerva frigoríficos que foram adquiridos por meio de financiamento do BNDES. A venda foi fechada no início de junho, por US$ 300 milhões, e envolve todas as ações das subsidiárias da JBS com operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai. O negócio foi primeira venda de ativos da empresa desde os escândalos da operação Carne Fraca e a delação premiada dos donos da JBS, que colocaram a empresa no centro do noticiário político. No entanto, o juiz afirmou que no momento, vê como "prematura qualquer decisão judicial para liberar a venda de ações" requerida pelo grupo. Ricardo Leite escreveu que financiamentos do BNDES para o grupo são alvo de investigação na operação Bullish, e que as medidas cautelares com proibições de fecharem negócio devem ser mantidas para garantir a instrução do processo. O juiz disse ainda que, no acordo de delação premiada, os irmãos Batista se comprometaram a esclarecer os fatos e apresentar provas num prazo de 120 dias. Para Leite, não há razão, "antes de expirado esse prazo, para o levantamento desta cautelar". A defesa dos irmãos Batista alegava que, como os dois fecharam acordo de delação premiada, as medidas cautelares impostas pela Justiça deveriam cair. Leia mais: Com ajuda do BNDES, donos da JBS criaram maior empresa de carnes do mundo Depoimento na operação Bullish Joesley Batista prestou depoimento nesta quarta-feira (21) na superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, para esclarecer supostas irregularidades nos contratos firmados entre o frigorífico JBS e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O caso é investigado pela Operação Bullish. Os investigadores miram o aportes do BNDES, por meio do BNDESPar – braço de participações do banco de fomento –, no frigorífico da família Batista. Segundo a PF, há indícios de "gestão temerária e fraudulenta" por parte do BNDES e corrupção de agentes públicos. Os aportes do banco público, realizados de 2007 a 2011, tinham como objetivo a aquisição de empresas do ramo de frigoríficos, no valor total de R$ 8,1 bilhões. G1