21/07/2015 16h18min - Polícia
10 anos atrás

Mulher destrói estúdio e dá prejuízo de R$ 180 mil a dupla sertaneja

destrói estúdio

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: A Gazeta News


“Nós perdemos tudo, o prejuízo foi total”, resume o músico João Wilson de Araújo sobre o incêndio que destruiu o estúdio que ele administrava com o irmão e colega de dupla sertaneja Waldir Jorge de Araújo. Os dois, da dupla sertaneja Joilson e Waldir, calculam perdas de R$ 180 mil, sendo R$ 100 mil em equipamentos e ainda terão que arcar com a reforma do prédio, que é alugado. Suspeita-se que Maria Aparecida Silveira, mulher de Waldir, tenha provocado as chamas por não aceitar a separação. Ela fugiu e ainda não foi encontrada. Peritos estiveram no local no início da tarde desta terça-feira (21) e encontraram vestígios de que álcool foi usado no crime, segundo João Wilson. “Não temos mais nada. Vamos ter que trabalhar, buscar o apoio dos amigos, fazer um show beneficente para reabrir o estúdio. A dupla continua”, afirma João Wilson. Havia mesas de som, equipamentos de iluminação, gravação, reprodução e produção de CDs no local, além de violão, teclados, sanfona, harpa e outros instrumentos musicais. Todos esses materiais foram consumidos pelo fogo e estão inutilizáveis. Altos e baixos – Joilson e Waldir, como são conhecidos no meio artístico, começaram a carreira na década de 1980, ou seja, há 29 anos, quando gravaram o primeiro LP. Eles se mudaram para Santo André, no interior de São Paulo, em busca de melhores condições de alavancar o trabalho. “Ficamos lá por 15 anos. Fizemos muitos bailes. Foi um princípio de sucesso, mas não conseguimos uma gravadora a nível nacional que tornasse nossa dupla reconhecida em outros estados”, conta Joilson. A dupla interrompeu os projetos quando Waldir entrou em depressão após a primeira separação e a morte do irmão caçula deles, que atuava como empresário da dupla. “Voltamos para Campo Grande em 2006 por insistência de nossa mãe. Meu irmão não tinha estrutura emocional para subir ao palco”, relata o sertanejo. Os dois saíram em busca de outros meios de ganhar a vida, sempre trabalhando juntos, apesar de abandonarem, por um momento, a carreira artística. Eles trabalharam como professores de informática, corretores de seguro e vendedores de empréstimo consignado. Joilson conta que Waldir se recompôs em 2009, quando passou a frequentar a igreja. Eles então resolveram retomar os trabalhos musicais sem deixar de lado os estudos. Assim, naquele ano, abriram um restaurante na Rua Bahia. “Enquanto vendíamos pizza e sobá, tocávamos para sermos reconhecidos e ganhávamos dinheiro para sobreviver. Era nosso ganha-pão. Separamos uma parte do espaço e montamos um pequeno estúdio onde gravávamos apenas músicas nossas”, conta Joilson. Há um ano, os dois conseguiram financiamento do Governo Federal e começaram a fazer faculdade de direito. Com isso, eles fecharam o estabelecimento e ficaram apenas com o estúdio. A meta era conciliar os estudos e usar a gravadora para produzir artistas locais e ganhar dinheiro. Só que eles sequer começaram a colocar a ideia em prática. Já tinham conseguido quatro clientes e estavam prestes a começar a colocar o investimento para funcionar quando houve o incêndio e eles terão que recomeçar do zero. Crime Joilson relata que o irmão flagrou a suspeita dentro do estabelecimento horas antes das chamas começarem. Eles discutiram e ela deixou o local. "Eu troquei o cadeado, caso ela voltasse, mas parece que ela trouxe um chaveiro para arrombá-lo e entrar", relata o artista. O caso foi registrado na DEPAC (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. As vítimas acreditam que empresas perto do local tenham sistema de monitoramento que podem ter filmado a ação da mulher. CGNews