Saul Schramm ► Equipes da Polícia Civil de São Paulo na Máxima
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
Além de cumprir mandados de prisão e busca em Mato Grosso do Sul, a Operação Echelon, realizada pela Polícia Civil em 14 Estados na semana passada, revelou ligação de Nilton Gauta Evangelista, o “Pezão”, a duas decapitações em Campo Grande.
A ação de alcance nacional contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) encontrou provas que ligam o presidiário aos crimes registrados no ano passado. O interno seria o mandante das execuções.
Condenado a 21 anos e seis meses de prisão por latrocínio, “Pezão” é dono de um histórico de progressão de regime e fugas desde 2007 e hoje cumpre pena no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o presídio de segurança máxima de Campo Grande.
Foi de dentro da unidade que ele teria comando dois julgamentos no “Tribunal do Crime” e ordenado às execuções de Rudnei da Silva Rocha, o “Babidi” e José Carlos Figueiredo, o “Coroa”.
Segundo apurado pelo Campo Grande News, durante as investigações da Polícia Civil de São Paulo, que resultaram na operação contra o PCC em 14 Estados, o nome de “Pezão” aparece como mandante de homicídios coordenados de dentro das penitenciárias do Brasil.
Os documentos que ligam o suspeito aos crimes foram enviados a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e fortalecem a linha de investigação da DEH (Delegacia Especializada de Repressão de Crimes de Homicídio), unidade responsável pelas investigações das mortes de “Babidi” e “Coroa”.
Durante a Operação Echelon, equipes policiais de São Paulo cumpriram pelo menos três mandados de prisão preventiva contra internos da Máxima de Campo Grande. Os nomes dos presos não foram divulgados pela polícia.
Execuções - O nome de Nilton Gauta apareceu pela primeira vez durante as investigações sobre o sequestro e morte de José Carlos Figueiredo, o “Coroa”, em novembro do ano passado. De acordo com a polícia, foi uma briga entre o filho do preso, de 15 anos, com a vítima motivou o assassinato.
O adolescente, conhecido como Tio Patinhas, teria uma dívida de drogas com José Carlos e para “se livrar de ameaças” pediu ajuda do pai. A mãe do garoto também resolveu interferir na situação e recorreu ao PCC. Foi a partir daí que a facção se envolveu no caso.
No dia do crime, o adolescente ainda foi forçado a decapitar a vítima, tudo para cumprir uma lei da facção: “Vida de paga com vida, sangue se paga com sangue”. Figueiredo foi encontrado decapitado com as mãos e os pés amarrados no dia 28 de novembro, em uma cachoeira na região do Céuzinho.
Em audiência, realizada no mês passado, “Pezão” negou envolvimento com o crime e afirmou que só foi “apontado” como autor da execução por causa do filho. Ele ainda alegou que não conhecia a vítima e que não tinha contato com o filho há quatro anos. “Não sei quem matou a vítima, eu não tenho envolvimento nenhum, meu único envolvimento é ser pai do menor, do tio patinhas”, afirmou em juízo. A versão no entanto é contestada nos depoimentos dos outros envolvidos e também do próprio adolescente.
Respondem pelo crime: Kaio Batista de Oliveira, de 25 anos, Davyd Samuel Boaventura Salvador, de 19 anos, Nicolas Kelvin Soares Montalvão, o Gordão de 19 anos, Luan Loubet Barros, de 20 anos, Nilton Gauta Evangelista, o Pezão de 38 anos, Carolina Gonçalves de Matos, a Carol, de 37 anos, Cleia Ricarda Aveiro, a Paraguaia de 40 anos, Henrique Leandro da Silva Pelegrino, o Gordinho, de 25 anos, Denilson Bernardo de Arruda, vulgo Denis, de 24 anos, Thiago Pereira Peres, conhecido como “Sem Vulgo”, de 29 anos e Pamella Almeida Ribeiro, a Emonoma, de 29 anos.
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