29/03/2017 13h50min - Polícia
8 anos atrás

Pavão escapa de nova condenação no Paraguai e sai da cadeia no fim do ano

escapa condenação

ABC Collor ► Jarvis Pavão deve deixar a prisão no final deste ano

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Caarapó News


O brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, 49, o novo chefão do narcotráfico na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, pode ganhar a liberdade até o fim de 2017. Condenado a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro no país vizinho, Pavão escapou de uma denúncia por fraude e se não for extraditado para o Brasil, sai da prisão em dezembro deste ano. A audiência que absolveu o brasileiro ocorreu ontem (28) em Assunção, capital do Paraguai, onde Pavão cumpre pena desde 2009 depois de ser preso em sua fazenda perto da Linha Internacional. O crime de fraude tinha sido denunciado em 2013, em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), base do crime organizado na fronteira seca entre os dois países. Naquele ano, o comerciante pedrojuanino Victor Ramirez Aguirre, 58, apresentou uma queixa por fraude contra Jarvis Pavão, afirmando que tinha comprado do narcotraficante um edifício que nunca foi transferido para seu nome por problemas judiciais envolvendo o vendedor. A denúncia foi encarada com desconfiança por suspeita de ser apenas uma manobra para retardar a extradição de Pavão. Atualmente existem três pedidos da Justiça brasileira para o narcotraficante ser extraditado e cumprir no Brasil a condenação de 17 anos por tráfico internacional. A sentença é da Justiça de Santa Catarina, onde Pavão montou uma base do narcotráfico antes de se refugiar no Paraguai. Na audiência realizada ontem, os advogados de Pavão, Laura Casuso e Jorge Prieto, apresentaram um acordo assinado em 22 de março deste ano com Victor Aguirre. O comerciante foi ouvido como testemunha e afirmou ter sido totalmente compensados e que não tinha mais nada a reclamar contra Jarvis Pavão. O processo foi extinto. Rafaat – Jarvis Pavão é apontado pela polícia paraguaia como mandante do assassinato do até então chefão do crime organizado na fronteira, Jorge Rafaat Toumani. No dia 15 de junho do ano passado, Rafaat foi metralhado no centro de Pedro Juan. Para a polícia do país vizinho, Pavão se aliou ao PCC (Primeiro Comando da Capital) para eliminar o ex-sócio e assumir o controle a distribuição de drogas. Rafaat fazia oposição à presença do PCC no Paraguai e tinha mandado executar dezenas de membros da facção criminosa brasileira. Através da aliança com Pavão, o PCC é atualmente o grupo dominante na linha entre Pedro Juan e Ponta Porã. Entretanto, apesar de todas as suspeitas ligando Pavão à morte de Rafaat e a outros crimes, por enquanto ele só está condenado por lavagem de dinheiro, cuja pena estará totalmente cumprida em dezembro deste ano. Apesar de o grupo criminoso aliado de Pavão estar no controle, a guerra na fronteira continua. No dia 14 deste mês, o irmão dele, Ronny Gimenez Pavão, foi assassinado a tiros em Ponta Porã. Nos dias seguintes, outras três pessoas foram executadas em Pedro Juan, um delas foi esquartejada. Americo Ramírez Cháves, 37, era testemunha da polícia da Argentina e foi apontado como um dos matadores de Ronny Pavão. A polícia brasileira não se pronunciou até hoje sobre o crime. CGNews