11/08/2014 09h34min - Polícia
11 anos atrás

Polícia apura se radiologista integrava rede internacional de pedofilia

Covarde

G1 ► Há dez anos ele filmava mulheres enquanto trocavam de roupa em clínicas.

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


A Polícia Civil investiga se o técnico em radiologia Manuel Ávila postou imagens de mulheres e crianças despidas na internet ou enviou tais imagens para uma rede internacional de pedofilia. Na sexta-feira (8), ele foi preso suspeito de gravar imagens de mulheres trocando de roupa antes de realizar exames médicos nas clínicas e hospitais onde trabalhava. De acordo com a delegada Ana Luíza Salomoni, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Manuel trabalhou em quatro clínicas e hospitais conceituados de Sorocaba, cidade onde ele vive. O técnico em radiologia também trabalhou na capital. As investigações mostradas no "Fantástico" deste domingo, apontam que centenas de mulheres eram filmadas quando se despiam para fazer exames médicos. Durante dez anos, o técnico espalhava as câmeras escondidas pelas clínicas e hospitais onde ele trabalhava. As câmeras eram colocadas em ralos dos banheiros, onde as pacientes trocavam de roupa e nas próprias salas de exames. As imagens mostram que ele arrumava as salas de forma que as mulheres tivessem que se despir em frente às câmeras estrategicamente posicionadas. Manuel Ávila tem 50 anos, nasceu em Lima, no Peru, e está no Brasil há mais de 20 anos. No currículo, consta que ele já foi professor de tomografia e ressonância magnética e trabalhou em um hospital infantil. “É incontável o número de imagens de pessoas diferentes que existem ali”, diz a delegada Ana Luiza. “As imagens são chocantes e trazem um conteúdo bem pesado. Não há dúvida nenhuma de que ele é quem fazia ardilosamente, indevidamente, essas filmagens tanto em pacientes como em familiares”, completa. O técnico também instalou câmeras escondidas na própria casa. Uma parente da ex-mulher dele viu as imagens e se reconheceu em três gravações de 17 anos atrás. Em uma das cenas, ela toma banho. Em outras, Manuel aparece tocando a menina, que na época tinha 11 anos de idade, enquanto ela dormia. “Eu estou surpresa. Não esperava me ver nos vídeos. Eu me sinto extremamente invadida. Eu me sinto extremamente mal”, conta a vítima que preferiu não se identificar. A polícia iniciou as investigações a partir das denúncias da ex-mulher dele, no fim do ano passado. "Inicialmente a ocorrência chegou como violência doméstica e aprofundando as investigações é que nós pudemos identificar que ele fazia o armazenamento indevido dessas imagens na casa dele com filmagens pesadas, de conteúdo denso há mais de dez anos", afirma a delegada.