18/06/2019 10h59min - Geral
6 anos atrás

Polícia Federal deve investigar origem de arsenal


Bruno Henrique / Arquivo / Correio do Estado ► Armamento apreendido em poder de guarda municipal

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Se a perícia do arsenal bélico apreendido há quase um mês, em 19 de maio, com o guarda municipal Marcelo Rios comprovar que o material analisado é produto de contrabando internacional de armas e munições, a Polícia Federal poderá entrar oficialmente no caso. No momento, a PF faz a custódia dos fuzis (entre eles, dois AK-47) e atua em todos os trabalhos de perícia na investigação que é conduzida pela força-tarefa da Polícia Civil, que investiga crimes de pistolagem em Campo Grande. O Correio do Estado apurou que policiais federais que auxiliam as forças estaduais aguardam apenas a confirmação de indícios de contrabando para investigar como estas armas e munições, de comercialização proibida ou restrita em território nacional, foram parar em casa localizada no Bairro Monte Líbano, em Campo Grande, em poder do guarda municipal. No dia 19 do mês passado, policiais civis do Grupo Armado de Resgate e Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras) e militares do Batalhão de Choque apreenderam seis fuzis (dois AK-47 de calibre 762 e quatro de calibre 556), um revólver 357, 11 pistolas 9 milímetros, quatro pistolas .40, uma pistola de calibre 22 e outra pistola de calibre 380, além de duas espingardas, sendo uma de calibre 12 e outra de calibre 22. Todas estas armas estavam em poder de Marcelo Rios, escondidas na casa localizada no Bairro Monte Líbano. Com elas havia 1.753 munições, 392 para os fuzis AK-47. Se somadas aos cartuchos apreendidos em outros endereços vinculados a Rios, o total de munições supera 2 mil unidades. Todos esses equipamentos foram remetidos no início do mês à Polícia Federal. Oficialmente, o material está lá para ser periciado, porém, as autoridades à frente da investigação se sentem mais seguras em guardá-lo na Superintendência da PF. SUSPEITOS Além de Marcelo Rios, outros dois guardas municipais são investigados pela força-tarefa, sob suspeita de integrarem um suposto grupo de extermínio. Por enquanto, Marcelo é o único que responde a ação penal na Justiça. Acusado de porte e posse ilegal de arma de fogo e por ter sido denunciado em concurso material, Rios está sujeito a uma pena que pode chegar a até 156 anos de prisão. Outros dois guardas, Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, chegaram a ser presos por obstrução de Justiça, mas tiveram, mais tarde, a prisão revogada pelo Poder Judiciário. O Ministério Público Estadual chegou a recorrer para que eles e o motorista Flávio Narciso Morais da Silva voltassem para atrás das grades, mas o Tribunal de Justiça negou recurso na semana passada. EXECUÇÕES Caso a Polícia Federal passe a investigar a origem das armas apreendidas, poderá contribuir com a força-tarefa, que mantém inquérito para desvendar a atuação do suposto grupo de extermínio. Pelo menos três execuções são investigadas na Polícia Civil: a primeira delas ocorreu há pouco mais de 1 ano, em 11 de junho de 2018, na Avenida Guaicurus, em Campo Grande. Na ocasião, o policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo, chefe de segurança da Assembleia Legislativa, foi executado com tiros de fuzil AK-47. O outro caso investigado é a execução de Orlando da Silva Fernandes, o “Bomba”. Ele foi executado no Jardim Autonomista, em Campo Grande, dentro de sua caminhonete, em 26 de outubro do ano passado. Ele foi morto com tiros de fuzil, calibre 762, o mesmo dos equipamentos AK-47. O homicídio mais recente foi em 9 de abril deste ano e teve como vítima o estudante de Direito Matheus Xavier, 20 anos. Ele também foi morto com tiros de fuzil calibre 762, quando manobrava a caminhonete do pai, em frente à sua casa, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande. Os integrantes da força-tarefa não descartam que o alvo da execução possa ter sido o pai da vítima, o capitão reformado da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier. CORREIO DO ESTADO