11/08/2014 09h42min - Polícia
11 anos atrás

Polícia investiga ligação de jogador de futebol com milícia

Suspeitas

G1 ► investigação revela que atleta deu carro a criminoso e acionou o seguro.

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O depoimento de um ex-integrante da principal milícia do Rio, que atuava na Zona Oeste da cidade e teve mais de 20 presos nesta quinta-feira (7), deu detalhes de como funcionava a quadrilha, como exibiu o Fantástico neste domingo (10). Entre outras revelações, o criminoso contou que um ex-jogador de futebol frequentava churrascos realizados nos fins de semana, com direito a "muita mulher" e "cerveja". Segundo a polícia, o atleta, que não teve o nome revelado, teria dado um carro de luxo a um dos chefes da milícia. Após o presente, teria dado registrado o roubo do veículo em uma delegacia, para poder receber o dinheiro de seguro. Segundo os investigadores, o jogador teria cometido estelionato e será chamado para prestar esclarecimentos. "Já foi instaurada uma investigação", disse o delegado da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Alexandre Capote. “Ele presenteou o miliciano para ficar bem com ele e, ao mesmo tempo, cometeu um estelionato, uma fraude com fim de receber o valor do seguro desse carro. Foi um familiar do jogador que comunicou falsamente o roubo desse carro”, acrescenta o delegado. Ninguém vê o corpo', diz O ex-integrante da milícia diz que artistas famosos também frequentam os churrascos, realizados às sextas-feiras e aos sábados. O depoimento revela ainda que o grupo possui um forte arsenal e os homicídios recorrentes. “Muitas mortes. Passa fogo e acabou. Some com eles dali e ninguém vê o corpo, ninguém vê nada”, conta. Segundo a polícia, a maior e mais violenta milícia do Rio foi desarticulada com as recentes prisões. O grupo cobra taxas dos comerciantes, das vans de transporte alternativo, cobrava por segurança, pela TV a cabo, pelo gás e até pela cesta básica. “Quem não paga, pode comprar a passagem pro além. Entendeu? Tem que pagar. É assim que funciona”, conta o ex-integrante, que ajudou a polícia do Rio a identificar os criminosos. Ele diz conhecer como ninguém o funcionamento da quadrilha, que explorava moradores da Zona Oeste da cidade havia mais de dez anos. “Eu sou um ex-componente da firma. Eu era um braço-direito deles”, conta.