Ilustração ► Preocupados com H1N1, pais pedem suspensão de aulas em Campo Grande
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: A Gazeta News
Pais de alunos da Escola Estadual em Tempo integral Amélio de Carvalho Baís, localizada no Coophatrabalho, região oeste de Campo Grande, onde lecionava o professor Edevaldo Souza Prado, de 57 anos, que morreu vítima de H1N1, reclamam porque as aulas não foram suspensas no local. Eles temem que os filhos corram risco de contaminação da doença.
O professor morreu no último domingo (15), na Santa Casa de Misericórdia, horas depois de ser internado. A causa da morte foi divulgada na manhã desta quarta-feira (18) pela assessoria de comunicação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) após confirmação por meio de exames feitos na Santa Casa.
Um pai, que preferiu não se identificar, destaca que as aulas deveriam ser suspensas por um período para que seja descartado o risco de contaminação pelo vírus. "Acho que não poderia ficar assim. Não seria o caso da escola cancelar as aulas até sexta-feira e cada um se monitorar em casa?. Já avisaram que vai ter aula normal. Não vão nem fazer um mutirão para pelo menos limpar a escola, desinfetá-la. E e outros pais estamos extremamente chateados com esse descaso", observa.
“Este professor na sexta-feira (13) deu aula para mais de cem alunos, ele estava tossindo e espirrando muito. A escola ficou exposta e não foi feito nenhum acompanhamento pela secretaria de saúde”, comenta outro pai.
Para o médico infectologista, José Ivan Aguiar, a suspensão das aulas, sugeridos por alguns pais, não seria uma medida a ser aplicada neste caso.
"Entre ser transmissor e ter transmitido o vírus é muito diferente. É preciso esperar e ver se outras pessoas apresentam os sintomas. Se tiver evidências de que ele transmitiu a doença, seria válido suspender as aulas, mas não se tem outros registros, então, seria uma medida enérgica, ineficaz. Deve-se estabelecer vigilância próxima para saber se alguém adoeceu e reforçar as medidas de prevenção”, pontua.
Nesta manhã, questionada a respeito das precauções que devem ser adotadas em relação ao caso, a assessoria de comunicação da Sesau, destaca que os alunos, professores e demais funcionários da escola, serão orientados a procurarem uma unidade de saúde caso comecem a apresentar os primeiros sinais da doença, além de orientações comuns para que se evite a contaminação.
A Sesau também estuda a possibilidade de imunizar as pessoas que tiveram contato com o paciente, no entanto, até o momento, o Ministério da Saúde disponibiliza vacinas apenas para os grupos de risco e não há doses disponíveis para compra nos laboratórios.
Naviraí -
Em Naviraí, distante 348 quilômetros de Campo Grande, onde quatro pessoas morreram vítimas de H1N1, o escolas estaduais e municipais anteciparam as férias de julho. O Fórum do município ficará fechado até a próxima sexta-feira (20). A Delegacia de Polícia Civil do município também reduziu o atendimento e a .
Rio Brilhante -
Em Rio Brilhante, a 162 quilômetros de Campo Grande, o prefeito Sidney Foroni (PMDB), interditou por 10 dias a creche Frei Everardo Kremper, onde foram confirmados os casos de duas crianças que estão com o vírus H1N1.
O titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Nelson Tavares, afirmou nesta quarta-feira que não há nenhum risco de epidemia. “A maioria das mortes é de pessoas com patologias que predispõem o agravamento do quadro. É grave, é sério, todo mundo deve fazer a prevenção, mas não existe epidemia ou surto. O que está ocorrendo é sazonal”, garante. Tavares destaca ainda a necessidade de prevenção e ressalta que não há possibilidade de vacinar outros grupos.
“Assim que tiver algum sintoma a pessoa deve procurar a unidade de saúde. Estamos recebendo o medicamento e distribuindo aos municípios, mas a prevenção é fundamental porque já ficou determinado pelo Ministério da Saúde que vai vacinar exclusivamente os grupos de risco. Não tem mais vacinas e não temos nem na rede privada. Não temos condições de atender outras áreas, via poder público. Isso é determinação do Ministério da Saúde e não foi posto em discussão”, finaliza.
Além das cinco mortes por H1N1 em Campo Grande, também foram registrados quatro óbitos em Naviraí, dois em Três Lagoas. Em Aquidauana, Corumbá, Coxim, Juti e São Gabriel do Oeste houve uma morte, por contaminação do vírus, em cada um dos municípios.
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