M. Rodrigues/Midiamax ► Policias falaram sobre a Operação
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Midiamax News
O esquema criminoso que envolvia até policiais rodoviários federais no contrabando de cigarros para o Mato Grosso do Sul retinha no Estado até 70% dos cigarros contrabandeados do Paraguai pela quadrilha. Dois policiais foram presos quando saiam do trabalho, nesta quarta-feira (31). Um vereador envolvido no esquema está foragido.
Informações passadas pela Polícia Federal e pelo superintendente regional da PRF, Luiz Alexandre Gomes, a ações seriam isoladas, se referindo a prisão dos colegas. “Se for necessário cortamos na própria carne”. Segundo o superintende os policiais irão responder na forma da lei.
Um dos policiais presos, Laércio Barbosa, de 54 anos, já havia respondido pelo crime de contrabando, mas como nada foi provado ele continuou trabalhando. Um vereador do estado da Paraíba que estava envolvido no contrabando está foragido. Parte da carga de cigarros ia para o estado de São Paulo e a outra parte para o Nordeste.
Os policiais presos recebiam propinas para facilitar a entrada do contrabando no Estado. A quadrilha usava caminhões baú para colocar a carga no fundo, e assim, conseguir com que os cigarros entrassem sem suspeita. Os policiais tinham a função de logística na quadrilha. Cinco mandados de prisão foram cumpridos, três pessoas estão foragidas.
A Operação Trunck teve início em julho de 2018, após a apreensão de um caminhão carregado com 430 mil maços de cigarros de origem paraguaia. Ao todo, no período de um ano, outros 19 carregamentos foram apreendidos e 26 pessoas presas. Os valores dos produtos apreendidos ultrapassam R$ 70 milhões.
Em abril de 2017, teve início as investigações de contrabando de cigarros no Estado, que envolviam policias militares. A Operação Oiketicus acabou prendendo 29 policiais e cumpriu mandados nas cidades Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.
Todas as cidades faziam parte da chamada ‘rota cigarreira’, que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no Paraguai e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.
As investigações apontaram que policiais recebiam dinheiro em troca de facilitação, inclusive ao prestarem informações aos contrabandistas. Em algumas situações, as fiscalizações sequer eram feitas e as cargas de cigarro contrabandeado “passavam batido”.
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