CGNews ► O tumulto maior foi do lado de fora da AL
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Um grupo de integrantes de movimentos sociais e indígenas fizeram um protesto durante sessão na Assembleia, e pediram a criação de CPI para investigar o genocídios de índios em Mato Grosso do Sul.
Os debates foram polêmicos, com troca de acusação entre deputados e manifestantes, mas no final houve uma confusão, onde segurança e manifestante alegam que foram agredidos.
A confusão teve início quando a deputada Mara Caseiro (PT do B) usou a tribuna e dizia que não é contra os índios, mas sim contra pessoas que se utilizam da situação para usar os indígenas, ela foi vaiada intensamente. Os manifestantes deram as costas à tribuna nesse momento.
No fim de seu discurso, Mara se sentou e os integrantes do protesto começaram a gritar adjetivos de ofensa, como “falsa” e “assassina”. Ela se levantou foi em direção ao público, na divisória entre os assentos e o plenário, e começou a se defender.
Exaltada, a deputada disse que não poderia ser atacada e chamada de tal forma, pois é uma pessoa respeitada no Estado. Os demais deputados interviram e a convenceram a se retirar.
O diretor de segurança da Assembleia, Wilson Figueiredo, afirmou que depois da ofensas do grupo para deputada Mara Caseiro, houve uma determinação da presidência da Casa de Leis, para que a segurança autuasse um dos manifestantes.
De acordo com ele, este correu para fora da Assembleia, quando houve a abordagem do segurança, que no momento chegou a dar voz de prisão.
Segundo o diretor, depois da confusão, na saída da Assembleia, o segurança que ainda não foi identificado seguiu para a delegacia da Polícia Civil, para registrar o boletim de ocorrência contra o manifestante, fato que está sendo feito agora, no local.
Já o advogado Rogério Batalha, o manifestante citado pela segurança, disse que foi abordado, quando seguia ao lado dos companheiros, que se retiravam do saguão da Assembleia.
Ele disse que um segurança lhe deu uma chave de braço, depois de dar voz de prisão. Na hora, o pessoal tentou intervir e no empurra-empurra o advogado ficou até com a camiseta rasgada.
Na confusão, os deputados Amarildo Cruz, Pedro Kemp, João Grandão, todos do PT, saíram do prédio para ver o que estava acontecendo. O advogado também seguiu para a delegacia para registrar boletim de ocorrência.
“Me trataram como um vagabundo. Eu já estava fora da Assembleia quando fui agredido. Vou tomar todas as providências cabíveis, acionar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Ministério Público. Quero saber o nome do segurança que fez isso”, disse Rogério.
Um dos representantes da segurança da AL, na hora da confusão, Waldoraci Tobias Neto, disse que vai ser feito o levantamento de tudo que ocorreu, para saber como foi esta abordagem e o que ocorreu. “Não vi o que aconteceu, vamos levantar procedimento para saber o que houve e qual foi o motivo de toda esta situação”, garantiu.
CPI do Cimi
O protesto pede a investigação dos assassinatos, alegando que a CPI do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), desvia o foco das discussões em relação a disputas de terra em MS. A CPI foi criada a pedido da deputada Mara, apoiada por outros dez parlamentares.
A entidade, vinculada a Igreja Católica, se manifestou em nota, dizendo que a ação faz parte de uma estratégia de ataque do setor ruralista aos povos indígenas. No início da semana, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, afirmou que o Cimi não tem nada a esconder e acredita que a apuração está “fora de foco”.
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