Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
O resultado do Morena Folia, o tradicional carnaval trazido de volta à Avenida Fernando Corrêa da Costa em Campo Grande, em 2020, é de muito, muito lixo. Enquanto a estrutura é desmontada e a limpeza mal começou, celebrar a folia na avenida não é ideia unânime entre os comerciantes.
No início desta quarta-feira (26) de cinzas, os estabelecimentos começam, lentamente, a abrir as portas. Na região há lojas de utilidades, oficinas mecânicas e demais estabelecimentos que giram em torno da economia de veículos motorizados.
Além do lixo, o que divide a opinião de quem lucra na Avenida é a segurança. Dois lojistas dos únicos locais abertos nesta manhã têm opiniões contrárias e serviram de amostragem para a rápida "pesquisa" do Campo Grande News, que antes da festa também falou com comerciantes.
Antes era expectativa, agora é realidade. Enquanto um avalia que não é problema que a festa ocorra, outro acredita que a Fernando Corrêa não é o lugar mais apropriado para Carnaval de rua.
Muito plástico, papelão e garrafas podem ser vistas nesta manhã, especialmente no trecho entre o cruzamento da Avenida com a Rua 14 de Julho e a Avenida Calógeras. Equipes da Prefeitura também começaram a desmontar o palco onde ocorreram shows musicais.
Jean Carlos da Costa Lima, 29, trabalha em uma oficina mecânica que já funciona no local há muito tempo. Para ele, que assumiu o local há apenas 1 ano, a folia é bem vinda. O lixo, diz Jean, é o único “porém”. “Mas não teve nenhum problema, conseguimos as imagens de segurança ao longo dos dias, não tivemos nenhum imprevisto”, relatou.
Quem trabalha com limpeza tem outra perspectiva do Carnaval (Foto: Henrique Kawaminami)
Sócio proprietário de uma loja que vende baterias veiculares no cruzamento entre Fernando Corrêa e Calógeras, Marcos Echeverria, 45, depois de 4 dias de festa, concluiu que a Avenida não é o melhor local para festa de rua.
“Fechamos o comércio todos os dias, ficávamos na sorte sem saber se íamos chegar e ia estar arrombada”, comentou ele, que emendou “não ver com bons olhos”, enquanto o horizonte é formado por montes de lixo. “Muita sujeira, briga generalizada, jogaram garrafa até na polícia. Pessoal não tem medo nem da polícia, imagina da gente”, opinou.
“Não sou contra festa, mas acho que não foi uma boa ideia fazer no centro de Campo Grande”, comentou ele, que acredita que o Carnaval de rua deve ocorrer em locais mais isolados, com mais estrutura. “Deixa o centro comercial vulnerável. Tanto investimento na 14 para ficar exposta”, disse.
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